É assessor de investimentos da Valor/XP Investimentos. É mestre em Direito e professor de pós-graduação.

Disponibilidade x rentabilidade: entenda a diferença e ganhe dinheiro

Num mundo ideal, os investimentos sempre renderiam o máximo com o mínimo de esforço dos investidores. Mas, na prática,  cabe ao investidor equilibrar o risco que se está disposto a correr no investimento, seu prazo e a rentabilidade desejada

Vitória
Publicado em 18/07/2024 às 09h15
2024 deve trazer um cenário um pouco mais estável para os investidores
Investidor deve analisar qual o cenário mais estável. Crédito: CanvaPro/Montagem: Caroline Freitas

No universo do dinheiro e dos investimentos, é muito comum que investidores prefiram ter uma alta disponibilidade de caixa a investir em prazos longos. As razões são as mais diversas, entre as quais, a resistência frequente às decisões que exijam maior planejamento. Possuir dinheiro “em liquidez” — ou seja, pronto para ser usado — costuma trazer também conforto mental, pois sempre pode aparecer aquela viagem, um carro novo, um gasto inesperado, entre outras despesas.

Por isso, grande parte dos que conseguem guardar dinheiro opta por produtos financeiros que possuem liquidez diária (poupança, aplicações com resgate automático, fundos de investimento de alta liquidez, etc.). Contudo, essa é uma das formas mais fáceis de se perder dinheiro.

Num mundo ideal, os investimentos sempre renderiam o máximo com o mínimo de esforço dos investidores. Bastaria entregar ao banco determinada soma e, num estalar de dedos, receber o dinheiro de volta com polpudos lucros. Na prática, todavia, cabe ao investidor equilibrar três fatores básicos que influenciam diretamente seu bolso: o risco que se está disposto a correr naquele investimento, seu prazo e a rentabilidade desejada. Os ganhos são proporcionais a outros dois fatores. Para maiores rendimentos, precisa-se admitir prazos mais longos ou então tomar mais riscos.

Logo, tomando-se um investidor conservador e que busca investimentos mais seguros, não se pode esperar rendimentos altos em prazos curtos. Não é um problema do banco ou do seu agente financeiro. Essa é uma regra básica do mercado!

Fazendo-se uma comparação com o mercado imobiliário, um investidor que comprar um imóvel “na planta” no intuito de revendê-lo em momento posterior sabe que precisa esperar a obra ficar adiantada, muitas vezes ser finalizada, para então colocar o imóvel à venda, de modo a maximizar os lucros, via de regra. No mercado financeiro, não é muito diferente. Paga-se mais para quem pode esperar.

Para se ter ideia, adotando-se a renda fixa e o CDI como referências, produtos de alta liquidez costumam entregar 100% da taxa, em média, enquanto aqueles que ficam “travados” por 1 ano pagam de 10% a 20% a mais, ao ano, dependendo do movimento do mercado. Parece pouco? Pense o que 20% a mais em seus rendimentos anuais poderiam te proporcionar. Parte das contas do mês, uma viagem, um carro, enfim, um prêmio que talvez esteja deixando de ganhar.

Apesar dessa ser uma ideia básica, não é incomum observar se carteiras com liquidez desproporcional à necessidade do investidor, que boa parte das vezes não tem intenção de usar aquele dinheiro aplicado tão cedo. Nessas situações, é certo que se está perdendo uma boa oportunidade de ganhar mais, sem que tenha que tomar qualquer risco além do que já está exposto.

Dinheiro investido e pronto para ser usado, ou seja, com alta liquidez, deve ser apenas o necessário aos gastos já esperados e de reserva de emergência. É um exercício de equilíbrio e autoconhecimento, feito no dia a dia e revisitado a todo instante. Pode parecer trabalhoso à primeira vista, mas esse esforço é recompensado e devolvido na forma de lucros e tranquilidade financeira futura. Não espere para começar a fazer já.

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