Quase todos os investidores se surpreenderam com a inflação americana, anunciada na quarta-feira passada (13). A inflação de junho, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês), saltou acima do esperado, ou seja, 1,3% em relação a maio, puxando a inflação em 12 meses para 9,1%, a mais alta desde 1981.
Com isso, alguns sinais amarelos e vermelhos foram acionados. Inflação mais alta do que a esperada acaba por trazer mais juros. O Federal Reserve (banco central americano) está sendo empurrado para uma política monetária mais agressiva, como já ocorre no Brasil, destinada a combater a alta de preços.
Juros mais elevados, por sua vez, tendem a revelar certo grau de recessão, reduzindo o consumo das matérias-primas e da energia. Outro ponto a ser destacado: os juros, que são o preço do dólar, quando aumentam fazem as outras moedas perderem força.
Resultado prático: já era o que vinha acontecendo com o euro, que depois de 20 anos passou a ser negociado praticamente na base de 1 por 1 em relação ao dólar. Essa desvalorização do euro traz consequências na medida em que encarece os produtos importados, encomendando mais inflação na Europa.
Esta é uma paisagem que, por si só, gera incertezas que tendem a se espraiar também para a política e para a geopolítica.
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