A comparação pode soar ruim, mas quando no Brasil o Comitê de Política Monetária (Copom) sobe a taxa básica de juros (Selic), como vem acontecendo ao longo de 2022, boa parte dos investidores se movimenta para os ativos de renda fixa. Situação similar, envolvendo ativos globais, ocorre com o investidor estrangeiro: quando o Federal Reserve (FED) sobe os juros, boa parte do capital investido no Brasil corre, grosso modo, para os títulos públicos americanos.
Corroborou para isso a divulgação da inflação do mês passado nos Estados Unidos. No acumulado de 12 meses, houve redução inflacionária de 9,1% em julho para 8,5%.
A expectativa de menor aperto monetário e a desaceleração nos preços trouxeram bons presságios para os países emergentes. Isso se deve ao fato de que o Índice de Preços ao Consumidor ficou estável e contribuiu para forte queda do dólar frente ao real – R$ 5,065 foi a cotação mínima do dia 12 de agosto para o dólar.
A velocidade com que o FED tem aumentado os juros, o impacto na taxa de câmbio, além da saúde econômica dos EUA devem impactar positivamente os países emergentes.
Segundo dados da B3 para termos um exemplo, até o 8 de agosto mês entraram R$ 3,296 bilhões de capital estrangeiro na Bolsa brasileira. Isso quer dizer que o investidor estrangeiro quase dobrou os recursos aportados por aqui.
Em paralelo ao alívio da inflação nos EUA, a saída de capital de países emergentes também diminuiu em julho, apoiando os ativos locais. Nesse sentido, o receio da inflação global que pesava sobre países economicamente similares ao Brasil arrefeceu, ou seja, as moedas de mercados emergentes estão, neste momento, em forte alta, com o real brasileiro liderando o grupo.
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