Esta semana, apesar de mais curta por aqui, será intensa nos bancos centrais americano e brasileiro: a nova taxa de juros já desperta a atenção dos investidores para a 'superquarta', dia 15 de junho. Vamos aos fatos e dados. Na sexta-feira (10), o Ibovespa fechou aos 105 mil pontos, caindo 1,51%.
A sexta queda consecutiva refletiu a divulgação dos dados de inflação ao consumidor nos EUA, que subiu 1% em maio, acima da expectativa do mercado de 0,7%. O avanço acima do esperado reforçou a perspectiva de elevação dos juros de forma mais agressiva pelo Federal Reserve (FED), como principal mecanismo de combate contra a alta dos preços.
A eventual postura mais rígida do banco central norte-americano favorece a tendência global de realocação dos investimentos em títulos do Tesouro norte-americano — que se tornam mais rentáveis em meio à taxa básica de juros alta — em detrimento de ativos de risco. Sendo assim, a expectativa de que uma alta nos juros acima do esperado seja necessária resultou na queda generalizada das ações no desfecho da semana passada.
Preocupações com um aperto de política monetária ainda mais agressivo foram renovadas nesta segunda (13), no início de uma semana agitada com reuniões de bancos centrais. Investidores ainda estão com dificuldades para digerir a leitura bem acima do esperado do índice de preços ao consumidor dos Estados Unidos.
A curva de rendimentos dos Treasuries de dois e dez anos inverteu-se pela primeira vez desde abril, um movimento visto por muitos como sinal confiável de que uma recessão pode acontecer no próximo ano ou dois. Será diante deste cenário que o FED divulgará sua decisão de política monetária na quarta-feira (15), mesmo dia em que o Banco Central brasileiro também conclui sua reunião de política monetária.
Essa semana, o foco dos investidores está concentrado na 'superquarta', quando o Banco Central brasileiro anunciará sua decisão a respeito da taxa básica de juros – a Selic. O mercado precifica mais de 90% de chances de alta de 0,5 pontos percentuais, o que levaria a taxa Selic para o patamar de 13,25% ao ano.
O dólar saltava logo após a abertura desta segunda, operando com folga acima da marca psicológica de R$ 5,00 com os mercados ainda abalados por dados recentes de inflação norte-americanos.
Por fim, entre muitas quedas no pregão, a Eletrobras (ELET3 -4,74%) foi destaque, com os investidores digerindo a precificação das ações a R$ 42,00 na oferta de privatização, que movimentou cerca de R$ 34 bilhões.
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