Lula foi eleito presidente. O novo governo terá de enfrentar e responder de forma adequada dois grandes desafios no campo econômico: como reorganizar o Orçamento de 2023? Como construir um regime fiscal crível que possibilite a volta do crescimento econômico sustentável?
Sem esses dois pontos, o esforço para estabilizar a economia precisará ser homérico. Com um plano de voo claro e compromisso com a regra fiscal ajustada, é possível colher a queda da inflação e o corte de juros antes de se concretizar a consolidação das contas públicas. Mas, para a regra ser crível é necessário que o presidente tenha força no Congresso.
O novo conjunto do time que chega ao poder terá de elencar uma equipe econômica com foco na discussão sobre o teto de gastos, até porque essas questões estarão no radar do mercado e dos investidores. A atual equipe tem declarado a importância de se obter um espaço fiscal adicional chamado de “waiver fiscal” que, em outras palavras, significa uma nova mudança da regra fiscal.
![Orçamento estadual para 2021 começou a tramitar na Assembleia Legislativa](https://midias.agazeta.com.br/2020/11/10/orcamento-estadual-para-2021-comecou-a-tramitar-na-assembleia-legislativa-356891-article.jpg)
As projeções indicam, num cenário conservador de receita, um déficit primário federal para 2023 de 0,6% do PIB em um contexto em que o waiver terá de chegar a algo entre R$ 100 e R$ 150 bilhões a depender das decisões que serão tomadas pelo novo governo.
O desafio de manter o risco fiscal sob controle será grande, além de definir as prioridades. Um caminho é criar uma agenda objetiva para restabelecer a âncora fiscal do país no ritmo adequado, sinalizando a credibilidade necessária para o mercado durante esse processo, condição fundamental para atrair investimentos e impulsionar o crescimento econômico.
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