Após a publicação do meu artigo anterior sobre a importância da diversificação da carteira de investimentos como o “último almoço grátis”, fui contatado por alguns investidores para esclarecer alguns pontos e, por essa razão, decidi escrever mais sobre o assunto e reforçar, mais uma vez, a importância de “não se colocar todos os ovos em uma única cesta”
É provável que, como investidor, você já deve ter ouvido falar em “risco não diversificável” e “risco diversificável”. Embora pareçam semelhantes, esses conceitos possuem significados distintos e são fundamentais para a compreensão da gestão dos seus investimentos. Vamos explorá-los.
O risco não diversificável é conhecido como risco do mercado, pois está suscetível às variações do mercado financeiro. Assim, caso ocorram eventos significativas no mercado de investimentos, como a pandemia de 2020, a crise imobiliária de 2008 e a crise de tecnologia dos anos 2000, todos os investimentos tendem a ser diretamente impactados.
Logo, para esse tipo de risco (de mercado), não há diversificação de carteira que o proteja das oscilações, sejam elas positivas, sejam negativas.
Por outro lado, o risco diversificável ou não sistêmico está relacionado a um determinado ativo e/ou classe de ativos. A exemplo, podemos mencionar, a empresa de mineração A (fictício), que tem ações listadas na Bolsa de Valores. Caso aconteça algum problema grave com suas atividades, suas ações cairão e, nessa situação, as pessoas que investiram na empresa A sofrerão impactos negativos, entretanto, não afetará as outras empresas listadas em bolsa.
Nesse tipo de risco, a diversificação de carteiras é crucial, pois pode proteger o investidor de perdas significativas.
Para que fique ainda mais claro, podemos ilustrar a diferenciação entre os riscos no seguinte gráfico:
Portanto, ao investir em uma variedade de ativos, os impactos de eventos adversos em um único investimento tendem a ser diluídos.
É importante ressaltar que a percepção de risco é subjetiva e varia de acordo com o perfil de cada investidor. Fatores como volatilidade e horizonte de tempo influenciam essa percepção. Por exemplo, um investidor com perfil conservador pode preferir investir em títulos do Tesouro Nacional, enquanto um investidor com perfil arrojado pode alocar uma maior parte de sua carteira em ações de empresas de tecnologia.
Por isso, recomendo que os investidores iniciantes comecem com aplicações financeiras de menor risco, como renda fixa, e gradualmente incorporem ativos de maior potencial de retorno, como ações, à medida que ganham experiência e confiança. Como dizia Aristóteles, "É fazendo que se aprende a fazer aquilo que se deve aprender a fazer".
Um planejamento financeiro personalizado, que leve em consideração os objetivos e a tolerância ao risco de cada investidor, é fundamental para alcançar o sucesso a longo prazo.
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