A maioria dos brasileiros ainda está pagando prestações das compras da Black Friday, do Natal, do início de ano e do carnaval. O que fazer com a tentação de aproveitar as promoções do Mês do Consumidor e as obrigações de março, abril e maio?
O primeiro passo é listar as datas limites, os prazos. Anote a data de vencimento do IPTU, do IPVA e da DIRPF.
O segundo é analisar se você poderá aproveitar os descontos oferecidos para pagamento de cota única do IPTU e do IPVA/Licenciamento. Se puder pagar à vista, sugiro que o faça.
O terceiro passo é conhecer sua situação fiscal: você recebe restituição de imposto de renda ou paga? Se você paga, é preciso se planejar para o pagamento, é sempre melhor pagar uma única vez, porque, ao parcelar o imposto, haverá acréscimo todo mês.
Quarto passo é refletir se o que você quer é realmente necessário. Precisar é diferente de desejar (abordamos anteriormente na coluna sobre esse tema). Nesse ponto entra a neuroeconomia contra o neuromarketing. A luta pelo seu dinheiro é a nível inconsciente. A luta é invisível. Colocar tudo no papel ou no Excel vai ajudar a trazer para o consciente o nível de decisão.
Entretanto, seguir passos não irá solucionar suas dúvidas por completo e trazer um estado pleno de paz. O "comichão" do consumo já está instalado há anos no subconsciente do ser humano. Faz-se necessário desinstalar o “chip” sem danificar a carne.
Dessa forma, a melhor forma é conhecer a história, os porquês. Poderia discorrer em mil páginas sobre a origem de várias datas comemorativas e de outras tantas incluídas na relação de consumo. Algumas, são difíceis de serem ignoradas, como Dia das Mães, Dia dos Namorados e Dia dos Pais. Como é difícil explicar para seu namorado ou sua namorada que não dará presentes neste ano porque está lutando contra o neuromarketing. Os pais são mais compreensivos, um cartão com flores ou chocolates os deixa contentes.
Portanto, use a parcimônia para tomar decisões. Há datas comerciais que continuarão no seu orçamento. Porém há datas que podem nem entrar nele. Eu uso o Mês do Consumidor (antes, era só o dia 15 de março), para comprar presentes a um preço bom para minhas sobrinhas que fazem aniversário agora. No mais, não atiça minha vontade porque tenho conhecimento que é uma data importada dos Estados Unidos, após John Kennedy discursar sobre as boas relações entre vendedores e consumidores.
Tenho consciência da importância do discurso e de dialogarmos sobre o Direito do Consumidor, mas não deixo a data entrar no meu orçamento. Nele só há três linhas exclusivas de março: aniversário da sobrinha mais velha, aniversário da sobrinha mais nova e IPTU.
Enfim, tenha poder sobre o seu orçamento. O dinheiro é seu, a decisão é sua!
Uma boa sexta-feira e um excelente final de semana.
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