Ph.D em Contabilidade, consultora de empresas em Ciência de Dados e negócios, professora da Fucape Business School, jornalista e comentarista da CBN Vitória

Como fica o rendimento da poupança com a deflação

Os preços dos combustíveis caíram e puxaram para baixo a inflação oficial, o IPCA, mas isso não foi suficiente para virar a mesa da poupança

Vitória
Publicado em 30/09/2022 às 11h40

Não adianta insistir, a rentabilidade da caderneta de poupança continua de mal a pior mesmo com a baixa consecutiva da inflação nos últimos dois meses. Os preços dos combustíveis caíram e puxaram para baixo a inflação oficial, o IPCA, mas isso não foi suficiente para virar a mesa da poupança: em agosto, o rendimento real foi de -1,85% ao ano; em julho foi de -3,52% ao ano. Apesar disso, milhares de brasileiros ainda utilizam a poupança como investimento, há R$ 985 bilhões na caderneta, segundo o Banco Central.

Em taxas nominais, a poupança rende 6,5% ao ano + TR, e a taxa referencial não tem passado de 1% ao ano. A inflação superou esse patamar, por isso falamos que a rentabilidade real da poupança é negativa. A caderneta rendeu negativos 8,86% desde agosto de 2020, em taxas reais, segundo levantamento da base de dados Economática.

É como se você tivesse colocado R$ 100 na poupança em agosto de 2020, e hoje, dois anos depois, tivesse R$ 91,14 de saldo, em termos de paridade de poder de compra.

Se não a caderneta, quem? Há opções de renda fixa para investidores avessos ao risco. A Selic, a taxa básica de juros, está em 13,75%, e papéis de LCA (Letras de Crédito Agrícola) e LCI (Letras de Crédito Imobiliário), isentos de impostos, costumam garantir retornos superiores ao da caderneta. Esses retornos podem ser prefixados ou pós-fixados. Há LCA na prateleira remunerando 12,35% ao ano ou 96% do CDI (taxa de depósito interbancário).

poupança, dinheiro, gráfico, investimentos, lucro, rendimento, selic
Mão colocando moeda no cofrinho e moedas espalhadas. Crédito: Pexels

Há também os CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio) e CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários), como segunda opção. São também isentos de impostos, mas não são cobertos pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC), que protege o patrimônio de pessoas que investem em até R$ 250 mil. Não possuem liquidez diária, ou seja, o resgate só pode ser feito no vencimento.

E renda variável, vale a pena? O mercado vai sacodir muito nos próximos meses, por conta das eleições. A volatilidade dos retornos tende a ser alta em especial para empresas de tecnologia e de consumo. Isso pode revelar boas oportunidades de compra, mas bolsa é longo prazo, sempre. Empresas que pagam dividendos podem ser boas geradoras de caixa para quem quer renda variável e algum caixa no curto prazo.

A Gazeta integra o

Saiba mais
Inflação Neyla Tardin dinheiro Investimentos

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta.

A Gazeta deseja enviar alertas sobre as principais notícias do Espirito Santo.