Ph.D em Contabilidade, consultora de empresas em Ciência de Dados e negócios, professora da Fucape Business School, jornalista e comentarista da CBN Vitória

Quando vale a pena fazer seguro de vida? Procura aumentou na pandemia

A coluna de hoje traz três perguntas e respostas sobre seguros de vida e discute os cuidados necessários para contratar um serviço como este

Vitória
Publicado em 31/05/2022 às 11h45

A pandemia ajudou a elevar as vendas de seguros de vida no Brasil. O valor das mensalidades ou anuidades pagas pelos segurados às seguradoras, os chamados prêmios, subiu 11,3%, entre 2019 e 2020, e 17,5%, entre 2020 e 2021, segundo a Superintendência de Seguros Privados (Susep), autarquia que regula o setor.

Um jovem, mulher ou homem, de 20 anos pode contratar um seguro de vida por R$ 6,88 na XP Seguros, por exemplo, e ter uma cobertura por morte de R$ 100 mil.

Um homem de 35 anos pode contratar um outro seguro de vida por R$ 31,15 e ter cobertura por morte de R$ 150 mil, além de R$ 50 mil por invalidez e R$ 5 mil de assistência funeral, pela Porto Seguro. Hoje, muitos contratos de seguro podem ser feitos on-line, sem burocracia e de forma automática.

Esses dois exemplos mostram quão difícil é comparar contratos de seguro. Definitivamente, contratar um seguro não é como contratar um plano de previdência privada, pois os seguros possuem cláusulas muito específicas e individuais, a depender do perfil do segurado (idade, propensão ao risco, hábitos de consumo, histórico de saúde).

Além disso, os benefícios de um seguro de vida vão além da cobertura por morte: passa também por indenização em caso de invalidez, acidentes pessoais, doenças graves, entre outras circunstâncias. O seguro de vida, diferentemente da previdência privada, também não tem portabilidade, ou seja, você não pode trocar de seguradora e transferir seu contrato a outro agente.

Quando vale a pena fazer seguro de vida
Quando vale a pena fazer seguro de vida. Crédito: Jakub Jirsák | Dreamstime.com

A coluna de hoje traz três perguntas e respostas sobre seguros de vida e discute quando vale a pena contratar um serviço como este. A apólice ou contrato de seguro pode ser individual, familiar ou coletivo (planos empresariais). E também pode ser resgatável, ou seja, permitir a retirada de parte da indenização após carência firmada em contrato.

Apólices podem ter validade de cinco anos ou por toda a vida do cliente, sendo esta última a alternativa mais cara. E se você parar de pagar por algum motivo o seguro, ele pode ser cancelado e você ou seu beneficiário não terá mais direito à indenização.

Tenho patrimônio. Devo fazer um seguro de vida?

Se você já tem um patrimônio relevante, já trabalhou e investiu o que julga ser suficiente para sua aposentadoria e para seus herdeiros, um seguro de vida não é necessariamente um produto indicado para você. Não é à toa que seguros de vida não são vendidos para pessoas com menos de 14 anos completos, e o público-alvo desse serviço costuma ser pessoas entre 30 e 50 anos. Pessoas em idade avançada terão dificuldade de encontrar seguros de vida, eles existem, mas são escassos. No fim do dia, um seguro nada mais é do que transferência de risco. É adequado para alguém que teme não estar preparado para uma eventualidade. E quem tem patrimônio, geralmente, é capaz de amortecer eventuais quedas de renda ou períodos de dificuldade. Na dúvida, faça as contas: se você morresse hoje, quanto deixaria a seus herdeiros? Se passasse por casos de doença grave, teria poupança suficiente para cobrir esses gastos por dois anos ou mais? Se a resposta é sim, o seguro de vida não é necessariamente uma opção para você. Essa questão nos leva a outra: o seguro de vida não é a única forma de se proteger de riscos. O mercado financeiro (bons investimentos) tem na prateleira muitas opções. Veja qual delas combina mais com seu perfil de risco e sua capacidade de gerar caixa no futuro.

Um seguro de vida só beneficia herdeiros?

Não, um seguro pode proteger o próprio titular, caso do seguro resgatável. Pesquise as opções, em especial se você tem um histórico de saúde complicado. E, claro, informe a seguradora sobre essa condição, porque ela afeta o preço da sua apólice.

Se o seguro não funcionar na hora que for preciso usar, o que fazer?

O mercado de seguros é regulado pela Susep, e qualquer problema de prestação de serviço deve ser informado à autarquia, responsável por monitorar as seguradoras em caso de irregularidades. A Susep tem em seu site a lista dos agentes do mercado de seguro. Em caso de problema, faça uma denúncia ao órgão pelo site www.susep.gov.br

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