Graduado em Economia pela Ufes, com MBA em Gestão Financeira e Controladoria pela FGV e MBA em Digital Business pela USP. Atua há 15 anos no mercado financeiro e atualmente é diretor do Banestes.

O impacto da queda da taxa Selic nas estratégias de investimento

Reduções na taxa básica de juros da economia se espalham por diferentes produtos financeiros, reconfigurando o jogo no mercado e as estratégias de investimentos

Vitória
Publicado em 19/03/2024 às 08h48

Nos últimos tempos, os olhares atentos dos investidores têm se voltado para as oscilações da Selic, o marcador-chave das taxas de juros no Brasil. As determinações do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central em relação à taxa moldam significativamente o panorama dos diversos produtos de investimento disponíveis.

A Selic desempenha uma função vital na economia, impactando desde os custos de crédito até os rendimentos dos investimentos. Quando ela sofre reduções, os reflexos se espalham por diferentes produtos financeiros, reconfigurando o jogo no mercado e as estratégias de investimento dos brasileiros.

Os investimentos em renda fixa são os mais diretamente afetados por essa queda. Títulos como o Tesouro Selic e investimentos de renda fixa privados indexados ao CDI têm seus rendimentos influenciados pela taxa básica de juros. Com a Selic em declínio, esses investimentos tendem a oferecer retornos menores. O Tesouro Selic, por exemplo, que acompanha de perto a taxa Selic, tem sua rentabilidade diretamente afetada por essa redução.

Taxa Selic, taxa de juros
Banco Central começou a reduzir a taxa Selic, após longo período de alta. Crédito: Shutterstock

A redução da Selic também tem impulsionado muitos investidores a explorarem a renda variável. Com a diminuição dos retornos na renda fixa, os investimentos em ações, fundos imobiliários (FIIs) e outros ativos de maior risco tornam-se mais atrativos. A busca por rendimentos mais substanciais leva muitos investidores a considerarem a diversificação de suas carteiras, incorporando produtos de renda variável.

A poupança, historicamente uma escolha segura para os brasileiros, também é impactada pela queda da Selic. Quando a taxa está acima de 8,5% ao ano, a poupança rende 0,5% ao mês mais a TR; abaixo desse patamar, rende 70% da taxa Selic. Com a Selic em níveis mais baixos, a poupança torna-se menos atrativa como opção de investimento, levando os poupadores a buscarem alternativas mais rentáveis.

A diminuição da taxa Selic não influencia apenas os investidores, mas também aqueles que buscam crédito. Taxas de juros mais baixas estimulam o acesso ao crédito, impulsionando o consumo e os investimentos produtivos. Empresas e indivíduos encontram condições mais favoráveis para empréstimos, o que, por sua vez, pode estimular o crescimento econômico.

A queda da Selic demanda que os investidores reavaliem suas estratégias de alocação de recursos. Para obter retornos mais atrativos, é necessário diversificar a carteira de investimentos, incluindo produtos de renda variável e outras opções menos diretamente influenciadas pela taxa básica de juros.

Por fim, a queda da taxa Selic é uma realidade que requer adaptação por parte dos investidores. A rentabilidade dos investimentos é impactada por essas mudanças, motivando os poupadores a explorarem novas alternativas.

É essencial manter-se informado sobre as transformações na economia e seus reflexos nos investimentos, a fim de tomar decisões financeiras mais conscientes e alinhadas com os objetivos individuais. A diversificação da carteira, uma análise criteriosa e a busca por conhecimento se tornam, assim, ferramentas valiosas nesse cenário de queda da taxa Selic.

Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.

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