A privatização da Eletrobras marca o início de uma nova era para a empresa e é um marco para o mercado de capitais brasileiro. Assim como o processo de venda da BR Distribuidora, braço de distribuição de combustíveis da Petrobras, a Eletrobras passou por um processo de capitalização. Explico como funcionou o processo:
A empresa anunciou uma oferta pública de ações com o intuito de aumentar sua capitalização, e todos os acionistas atuais receberam o direito de comprar preferencialmente essas novas ações emitidas. Fundos de investimento, investidores, fundos de pensão e a própria união tinham a oportunidade de comprar essas ações que foram ofertadas para o público antes de qualquer um.
Através da oferta, a empresa aumentou o número de ações em circulação e o acionista controlador (União) abriu mão de exercer o seu direito de preferência. Dessa forma, a nova composição do quadro acionário da empresa tirou o controle do estado e transformou a companhia numa “True Corporation”, quando existe uma dispersão entre os acionistas e nenhum detém número suficiente de ações para tomar decisões sozinho.
O processo de venda das ações foi um sucesso e um novo desafio surge: eleger a nova diretoria e conselho de administração. A venda das ações e diluição do controle é só o primeiro passo em direção ao tão sonhado aumento de eficiência da empresa e a expectativa é de que um novo ciclo comece.
Pontos que são esperados da nova gestão incluem a redução de pessoal, renegociação de passivos, investimento pesado em renovação de instalações e um grande ciclo de capex (o montante de dinheiro despendido na aquisição de bens de capital de uma empresa). Por anos, alguns ativos de geração de energia foram preteridos por outros investimentos e por consequência chegaram quase ao sucateamento.
Fico feliz pela privatização e por darmos mais um importante passo em direção a um estado menor, mais eficiente e que concede espaço para que a iniciativa privada possa prosperar. Que a Eletrobras, BR distribuidora e tantas outras empresas sejam apenas o início de um grande ciclo de desestatização. Um estado menor é condição fundamental para o crescimento econômico sustentável e de longo prazo.
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