Formado em Economia pela Universidade Federal do Espírito Santo. Começou a carreira operando ações na antiga corretora do Banestes e há 5 anos é chefe da mesa de renda variável da Valor Investimentos. Sócio desde 2018 e um dos responsáveis pelo comitê de alocação de ativos. CFA® Program participant, CFA Institute.

Fim do ciclo da alta dos juros abre 'janela' para os ativos de risco

Na contramão do que analistas esperavam, economia dá sinais de crescimento e a inflação deve ficar abaixo de 8%, dando início à queda da taxa Selic e a oportunidades de investimentos

Vitória
Publicado em 28/07/2022 às 09h18

Trabalhar no mercado financeiro e com análise econômica é um exercício de humildade. A facilidade com a qual as coisas mudam, sobretudo na economia brasileira, é surpreendente. Na contramão do que todos os analistas esperavam, nossa economia já projeta crescimento de mais de 2% em 2022 e, ao que tudo indica, nossa inflação vai ficar abaixo de 8%.

Ainda estamos longe da nossa meta de 3,5%, mas parecemos estar diante de uma inflexão importante e, ao que tudo indica, o pior já passou. O preço do petróleo e seus derivados, que foi um dos principais vilões dos últimos meses, cedeu e a pressão no nosso nível de preços diminuiu.

Numa economia como a nossa, o preço dos combustíveis e da energia elétrica tem um grande peso sobre o nível de preços. Por serem produtos básicos para boa parte das indústrias, o aumento ou a diminuição do preço desses insumos afeta diretamente nossa inflação. E é essa a história que vou contar aqui na coluna nesta semana.

Saiba identificar as oportunidades para investir no mercado de ações
Momento da economia abre uma janela para alguns investimentos . Crédito: Austin Distel/Unsplash

A diminuição da inflação é o principal desafio do mundo hoje. Os países desenvolvidos estão tendo problemas severos para controlar o seu avanço. O Brasil antecipou esse problema no ano passado com o problema energético (falta de chuvas e o preço da energia elétrica) e nosso ciclo de aperto monetário começou mais cedo. Com a diminuição da expectativa de inflação, abrimos espaço para diminuir nossa taxa básica de juros e é aí que várias oportunidades surgem.

Caso estejamos próximos à inflexão da inflação e por consequência do fim do ciclo de alta dos juros, podemos dizer que estamos diante de uma janela importante para o preço dos ativos brasileiros. Historicamente, o início do ciclo de queda na taxa Selic é um excelente momento para se posicionar nos ativos de risco, principalmente posições em renda variável e em títulos de renda fixa pré-fixados.

O mercado não espera, não dá chance de entrada sem cobrar seu preço. Então, para aqueles que têm espaço dentro do portfólio e que estejam dispostos a comprar essa tese, o momento é agora. É bem verdade que temos uma eleição pela frente e tudo isso pode mudar, mas eu diria que as “odds” estão do nosso lado.

Investir é um eterno exercício de humildade. Que o façamos sabendo escolher quais teses têm melhor relação de risco e retorno e que nos perguntemos diariamente se elas ainda fazem sentido.

O dinheiro não aceita desaforos.

A Gazeta integra o

Saiba mais
Pedro Lang dinheiro Investimentos Mercado Financeiro Taxa Selic Mercado de Ações

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta.

A Gazeta deseja enviar alertas sobre as principais notícias do Espirito Santo.