Em minha última coluna por aqui, não poderia deixar de fazer uma previsão para os próximos anos. Como bom economista, gosto de fazer previsões e, depois, checar se elas realmente aconteceram.
Na última década, a economia brasileira experimentou uma abertura importante em diferentes frentes, e a parte de investimentos não ficou para trás. Estamos a passos largos da democratização dos investimentos fora do Brasil, um movimento capitaneado por grandes corretoras, como a XP e Avenue. Imagino que, em menos de cinco anos, o brasileiro precisará aprender sobre as diferentes formas de investir lá fora. Vou me adiantar e falar de uma das mais exóticas.
Os hedge funds são uma modalidade de investimento alternativo que, a partir de operações no mercado de renda variável e renda fixa, buscam gerar retornos expressivos para os cotistas. Esse tipo de fundo é bem popular, apesar de ser restrito a investidores qualificados e ter barreiras altas de entrada. Mas qual a importância dos HF para um portfólio?
Vamos usar como base uma carteira bem comum no mercado americano, o portfólio 60/40 (investe 60% em ações e 40% em renda fixa), para explicar a função dessa classe de ativo. Avaliemos o mesmo portfólio com uma nova composição, 48% em ações, 32% renda fixa e 20% em hedge funds.
O resultado é muito interessante e, apesar de ser contraintuitivo, o novo portfólio gerou maior retorno com menor risco nos últimos 40 anos de mercado americano. Isso se deve pelo fato de os investimentos alternativos terem um nível de correlação muito baixo com os investimentos tradicionais e apresentarem performance atrativa mesmo em cenários desafiadores.
Em outras palavras, incluir HF ou qualquer outro investimento alternativo é diversificar de verdade e, por conta disso, colher os benefícios. Aqui no Brasil, o efeito é semelhante e temos um produto bem parecido na prateleira, os fundos multimercados, que, apesar de não serem uma cópia exata, proporcionam benefícios semelhantes.
Com o desenvolvimento do nosso mercado e a popularização dos investimentos lá fora, é importante que o investidor esteja preparado para entender novas estruturas e disposto a aumentar o profissionalismo sobre como olha para as aplicações.
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