O governo Lula vem dando uma série de sinais que indicam aumento de gastos maiores do que o esperado, sem uma contrapartida de redução de custos. Além disso, na parte da arrecadação, medidas como a extensão da desoneração da gasolina diminui a capacidade de receita do governo. Discursos nesse sentido vêm gerando uma série de consequências nos mercados, seja nos juros, na moeda ou na Bolsa.
Com perspectiva de maiores gastos e estímulo à atividade econômica por parte da demanda, o mercado projeta que os juros se manterão em patamares elevados por um tempo mais longo, o que, por um lado, é péssimo para a atividade econômica, visto que o custo de financiamento aumenta, reduzindo capacidade de investimento e crescimento do país.
Por outro lado, o investidor mais conservador deverá ter bons meses pela frente com as aplicações de renda fixa rendendo o famoso 1% ao mês, sem risco.
Com a percepção de aumento do risco Brasil, o dólar volta a negociar próximo dos R$ 5,50. Isso poderia ser pior, mas graças ao patamar de juros que temos atualmente, a moeda brasileira tem conseguido se defender bem contra o dólar, pois o investidor estrangeiro tem buscado investimento em juros no Brasil, visto que o país atualmente possui um dos maiores juros reais do mundo.
E a Bolsa, que estava negociando próximo de 118 mil pontos no momento da eleição, já passa a negociar próximo dos 105 mil pontos, refletindo o cenário de juros mais elevados, crescimento menor e gestão das estatais sem o foco nos acionistas.
A Bolsa está “barata”, independentemente do indicador usado para avaliá-la. Porém, para subir, é necessário que se tenha um comprador, seja investidor doméstico, seja estrangeiro. Com juros tão elevados, a propensão para se tomar risco do investidor diminui, e podemos ter uma Bolsa barata por um tempo mais longo do que esperávamos.
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