Formado em Engenharia de Produção pela Universidade Federal do Espírito Santo, integrado com Purdue University Calumet (EUA). Especialista em Análise Financeira pela PUC-RS. Sócio da Valor Investimentos e chefe da mesa de renda variável Matriz. CFA®️Program Participant, CFA Institute.

Eleições 2022: o que o mercado financeiro nos diz?

Ao analisar o histórico dos últimos pleitos, bolsa tende a cair antes da votação e a subir depois de definido o presidente da República

Vitória
Publicado em 28/09/2022 às 10h50
Mercado financeiro: participantes do desafio tiveram rotina semelhante a de uma gestora de investimentos
Ano eleitoral e fatores externos trazem volatilidade aos investimentos. Crédito: Pexels/Pixabay

Anos eleitorais são sempre difíceis, voláteis e incertos. Desta vez, o fator externo traz ainda mais incerteza, em um mundo com a inflação disseminada, bancos centrais subindo juros e um conflito que se arrasta por meses, impactando todo um continente e, consequentemente, o mundo. Tudo isso tem feito com que, tanto a nossa moeda, quanto nossos juros e nossa bolsa apresentem um perfil elevado de volatilidade, que reflete a incerteza dos investidores em relação ao futuro.

Mas, tratando-se de Brasil, quando tivemos certeza de algo? As últimas eleições também foram incertas e definidas no detalhe. Dessa forma, vale um olhar histórico para buscar entender como o mercado se comportou, sempre frisando que, apesar de buscarmos algo racional nos acontecimentos passados, isso não garante que se repita no futuro. De qualquer forma, é curioso como o mercado se comportou nas últimas eleições

Pela perspectiva histórica, das últimas cinco eleições presidenciais, em quatro delas a bolsa se apreciou nos seis meses seguintes: 2002, 2006, 2014 e 2018. Apenas em 2010 a bolsa brasileira caiu nos meses após a eleição.

Quando consolidamos as últimas cinco eleições, na média, seis meses antes da eleição, a bolsa caiu 6,7%, enquanto que, nos seis meses após as eleições, a bolsa se apreciou 14,5%. Quando estendemos o prazo, a diferença é ainda maior. Um ano antes das últimas eleições presidenciais, a bolsa subiu 6,3%, e 1 ano após a eleição, a bolsa subiu 31,3%

O que podemos interpretar é que, antes da eleição, o mercado tende a cobrar um prêmio de risco maior devido à incerteza de quem será o próximo presidente, qual será a política econômica e como serão as diretrizes do governo para os próximos anos. Porém, independentemente de qual lado saiu vencedor, a bolsa foi bem, na média, nos meses subsequentes.

Para os investidores em bolsa, a lição que fica é que o mercado já embute em seus preços um cenário extremamente negativo, vide os níveis de valuation que o Ibovespa negocia atualmente. E se tratando de um evento eleitoral, esse pessimismo se mostra ainda maior.

Provável que o tempo remunere bem os pacientes!

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