Na última quarta-feira (20), o Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu pela sexta vez consecutiva a taxa básica de juros da economia brasileira. Nossa estimada taxa Selic passou de 11,25% para 10,75% ao ano, o que representa uma queda de 0,5 ponto percentual (p.p.).
Antigamente, com o valor da taxa Selic, era publicado o viés; hoje, isso não ocorre. Esse fato não impede a exigência de cautela com a inflação interna e a observação da dinâmica do resto do mundo. O viés é invisível, mas notório.
De uma forma mais educativa, dizemos que a Selic representa o preço do dinheiro; a inflação, o custo do dinheiro; e a diferença é o lucro para fazer o dinheiro girar, aprovisionar inadimplementos e demais custos do Sistema Financeiro Nacional. Isso é bem “bê-a-bá”.
Se o preço do dinheiro está mantendo um ritmo de queda, por mais lento do que alguns julguem, isso mostra que todos os agentes microeconômicos estão fazendo o dever de casa. Quem são esses agentes? As famílias, as empresas e o governo. Mas e o agente "resto do mundo"? Esse é alheio à nossa ação; por isso, a diligência do Copom.
Estima-se que a inflação de 2024 chegue ao final do ano perto do centro da meta (3,0% a.a.). Em fevereiro, o acumulado de 12 meses ficou em 4,5% a.a. É admissível uma variabilidade de mais ou menos 1,5 p.p., o que significa que estamos no teto da meta.
À medida que o ano avança, diversos setores da economia ensaiam uma guinada nos planos de voos. Com as devidas precauções assimiladas por todos, é possível reduzir juros de capital de giro para empresas, financiamentos para MEI, pequenas e médias empresas, incentivar financiamentos imobiliários e de veículos para pessoas físicas. Atrás disso, vem todo um setor industrial e de serviços pronto para aumentar a produção.
Frente a essa expectativa de que o preço do dinheiro cairá, o consumidor final pode se adiantar e fazer simulações. Conferir a planilha. Afinal, os gastos fixos com prestações não podem comprometer toda renda. O melhor caminho é o lápis e o papel, quem sabe um Excel. Por menores que fiquem os financiamentos, a regra é não se endividar e não queimar a reserva de rmergência.
A probalidade é que viremos para 2025 com a taxa Selic abaixo de 10% a.a. e, com isso, as oportunidades não são só para 2024, mas para os próximo anos. Sempre é tempo de colocar aquelas duas linhas no orçamento: “reserva de emergência” e “reserva de oportunidade”.
A Selic tem tudo a ver com você, comigo, com todos! Tudo a ver com nossas vidas! Ela está em tudo que compramos, consumimos e investimos. É nosso papel dentro da microeconomia escolher muito bem como gastamos nosso dinheiro. A inflação é responsabilidade de todos. Pensemos no longo prazo, adiemos consumos supérfluos porque oportunidades virão.
Podemos continuar juntos no combate à inflação?
Uma ótima sexta-feira e um bom final de semana.
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