O Bitcoin (BTC) foi criado com o objetivo de ser uma moeda virtual, para uso no comércio de bens e serviços via internet, sem a interferência de governos ou bancos.
Porém, na minha coluna anterior, vimos que por conta da grande volatilidade em sua cotação o Bitcoin não apresenta as principais funções necessárias para que possa ser considerado uma moeda.
Se por um lado a alta volatilidade atrapalha que o criptoativo exerça as funções de moeda, por outro a grande variação de preço proporcionou ganhos extraordinários para algumas pessoas que investiram ao longo da última década.
As histórias de sucesso de pessoas que investiram menos de R$ 100,00 e ganharam milhões com o Bitcoin são realmente estimulantes. Mas, a rentabilidade obtida no passado não representa garantia de resultados futuros.
Todo investimento apresenta riscos e conhecê-los é parte importante da tomada de decisão. Em relação ao mercado de criptoativos, um dos principais perigos são as fraudes envolvendo pirâmides financeiras, corretoras falsas e outras armadilhas. Para evitar cair em golpes, é importante conhecer os principais esquemas dos criminosos.
Outro ponto de atenção em relação ao investimento em BTC é o risco de mercado, que está ligado ao comportamento do sistema e do mercado financeiro de maneira geral. Por conta disso, está atrelado às variações de preços e de indicadores e de como eles respondem às situações apresentadas.
A cotação do Bitcoin, desde a sua criação até os dias de hoje, não está livre da influência do mercado financeiro global. O BTC foi criado no mesmo ano em que estourou a crise mundial do subprime. Com o objetivo de evitar a quebradeira geral, os bancos centrais de vários países diminuíram bastante as taxas de juros e injetaram liquidez nos mercados. Como consequência, houve uma busca por maiores rentabilidades e um grande crescimento da demanda por ativos de risco, como os criptoativos.
Atualmente, estamos observando um movimento contrário. Com o advento da pandemia em 2020 e a guerra na Ucrânia em 2022, a inflação disparou na Europa, nos Estados Unidos e em outros países. Com isso, os bancos centrais estão aplicando uma política monetária contracionista, ou seja, estão aumentando os juros e reduzindo a liquidez dos mercados. A consequência é o aumento da força de venda de criptoativos e a busca por ativos mais seguros.
Nesse contexto, podemos concluir que o Bitcoin está barato e seu preço vai subir quando acabar a guerra na Ucrânia? É uma possibilidade. Porém, o mercado de tecnologia é muito dinâmico e já foram criados milhares de outros criptoativos. Não é possível prever quais são os ativos que vão surfar a próxima fase de alta liquidez do mercado e nem quando acontecerá.
Além disso, o BTC tem sido alvo de críticas por parte da sociedade que está preocupada com o meio ambiente. Seu processo de mineração demanda o emprego de computadores superpotentes — com altíssimo poder computacional — para processar dados e tentar resolver equações matemáticas complexas por meio de tentativa e erro, o que gera um grande gasto de energia. Existem outras criptomoedas que consomem muito menos energia e tempo para registrar suas transações.
Aos leitores interessados em considerar o Bitcoin como uma alternativa de investimento, a dica é procurar seu gerente bancário. Ele vai aplicar uma avaliação de perfil de investidor e orientá-lo a montar uma carteira de investimentos adequada ao seu perfil.
Este vídeo pode te interessar
LEIA MAIS SOBRE DINHEIRO
Este texto não traduz, necessariamente, a opinião de A Gazeta.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta.