Na primeira parte dessa sequência de textos, falamos sobre o que são os títulos públicos e quais são os três tipos existentes. Na segunda parte, falamos sobre as principais diferenças entre os títulos públicos e a caderneta de poupança.
Para encerrarmos a série, vamos falar sobre os possíveis riscos dos investimentos em títulos públicos.
1) Risco de crédito
Os títulos públicos são considerados os investimentos mais seguros do mercado financeiro, por serem garantidos pelo Tesouro Nacional. Ou seja, um calote na dívida pública só aconteceria em uma situação econômica extrema e que já teria impactado todo o mercado.
Além disso, se for necessário, o governo federal tem poder para emitir mais papel moeda para honrar os pagamentos dos títulos. Desse modo, o risco de crédito dos títulos públicos é o menor do país.
2) Risco de liquidez
O risco de liquidez dos títulos públicos é reduzido, já que essa liquidez é diária. Apesar de terem prazos médios e longos, todas as aplicações podem ser resgatadas antes do vencimento.
Nesse sentido, as negociações podem acontecer nos dias úteis, pelos preços e taxas do momento da transação. Se a solicitação de compra ou venda acontecer fora do horário de operação ou em fins de semana e feriados, ela ficará agendada para o primeiro dia útil subsequente.
3) Risco operacional
Quanto ao risco operacional, muitos investidores se preocupam com a solidez do banco pelo qual farão as transações. Entretanto, o banco é apenas um intermediário. No caso do Tesouro Direto, os títulos do investidor ficam custodiados na Bolsa de Valores (B3).
Assim, se houver algum problema com o seu banco, o investidor somente terá que transferir sua custódia para outra instituição financeira e o seu patrimônio permanecerá intacto. A transferência de custódia, aliás, pode ser feita sempre que o investidor quiser mudar de banco, sem custos.
4) Risco de mercado
Os títulos públicos exigem atenção extra quanto ao risco de mercado. Esse risco aparece, com destaque, para os títulos prefixados e híbridos. Na prática, a rentabilidade desses títulos do Tesouro Direito só é garantida para quem mantém o papel até o vencimento.
Quando ocorre uma venda antecipada, o título é vendido a preço de mercado. Na prática, os preços definidos pela marcação de mercado dos títulos do Tesouro Direto dependem da taxa Selic atual e das perspectivas para o futuro.
Projeções de alta para os juros tendem a desvalorizar esses papéis, enquanto perspectivas de queda tendem a valorizá-los. Quanto maior o prazo do título, maiores costumam ser as oscilações de preço.
Vale ressaltar que, nesse ponto, o Tesouro Selic é o título mais conservador, pois o seu preço flutua conforme a Selic. Logo, na venda antecipada, o rendimento do investidor tende a ser positivo, ainda que não seja exatamente igual à Selic do período.
Ao levar o título até o vencimento, entretanto, esse risco é anulado. Afinal, garante-se o recebimento da rentabilidade contratada, independentemente das circunstâncias de mercado.
Aos investidores interessados em saber mais, a dica é procurar a orientação do gerente do seu banco, que vai fazer uma avaliação do seu perfil de investidor. O profissional vai apresentar e explicar com mais detalhes as opções de aplicação mais adequadas para o seu perfil
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