Há poucas pessoas que possuem uma relação magistral com o dinheiro, um meio de troca, de adquirir produtos e serviços e lograr êxito no futuro. Há muitas pessoas que vivem no eixo horizontal, o mais perigoso, entre o medo e o desejo. Tanto pelo medo de não ter dinheiro quanto pelo desejo de ter muito dinheiro. Esse eixo não engrandece.
Precisamos virar a chave urgentemente do eixo horizontal para o vertical; precisamos elevar essa relação do básico para o sublime. Isso serve não só para as finanças e para a sua relação com o dinheiro, como para tudo na vida. Quando encontramos nossa razão de existir, alimentamos nossos dons e talentos, o dinheiro é a mesma mercadoria que nossos ancestrais possuíam para o escambo e para uma reserva.
A relação com o dinheiro no início deve ser básica e começar na infância. Simplesmente, como a matemática básica. Estimular a entender o positivo e o negativo. Ensinar para a criança que ela não deve comer todos os doces de uma vez. Evitar o medo de ficar sem, perder para alguém e comer tudo e o desejo de acumular tudo e não comer nada. É o velho — e sempre atual — equilíbrio!
Se não é mais criança, o que fazer? Sempre é hora de aprender matemática básica, português, redação. Lembre-se do EJA (Educação de Jovens e Adultos). Sempre há tempo. Pode ser mais difícil, mais cansativo, exigir mais dedicação, mas é possível. Não desista! Tem muita gente envolvida na disseminação da Educação Financeira. Saboreie as informações com otimismo.
Faça metas! Ganhando pouco ou muito, tendo zero dívidas ou muitas; enobreça cada vez mais suas metas. Sempre coloque uma linha nas suas anotações para generosidade, caridade ou dízimo. Dê o nome que preferir, o importante é treinar a elevação da sua relação com o dinheiro.
Outro ponto importante é ter metas e objetivos claros e alcançáveis. Leia artigos sobre milionários, mas, na hora de listar seus objetivos, saia da linha do desejo, mude o foco. Há necessidade de ter esse item? É luxo? É para subsistência? Possui vida longa? Até para os milionários e os bilionários, essas perguntas têm sido cada vez mais comuns, afinal o mundo passa por tempos difíceis. Até quem tem acesso ao extraordinário passa por um questionamentos éticos e sobre as questões ambientais, sociais e de governança (Sigla ESG em Inglês ou ASG em português).
Voltemos às perguntas? Se quero comprar um imóvel, tem sentido eu trocar meu computador se ele funciona? Se tenho que pagar uma dívida, tem sentido comer em um restaurante acima do meu nível atual? Se tenho que pagar a matrícula da escola dos meus filhos, tem sentido dar um presente caro de Dia das Crianças? Se quero dar uma festa de casamento, tem lógica gastar muito durante o namoro e o noivado?
Elabore perguntas, faça-as mentalmente, anote no caderno ou no Excel, volte sempre que necessário. Não há limite de perguntas, faça uma, duas, dez vezes... O autoconhecimento só vem com questionamentos e respostas sinceras. É ele que transforma sua relação com o dinheiro e com tudo na vida. É comum pessoas que remodelam seu cérebro darem mais valor à natureza, às coisas mais simples, aos pequenos momentos.
Não tenha dó de você e dos seus. Não adianta ceder no presente e perder no futuro. Não olhe para seu contracheque com lamentação dos descontos. Faça o que está ao seu alcance. Como sociedade, podemos atuar manifestando nossa opinião em debates e em nosso direito de voto, mas, no individual, pouco há o que fazer. Positive sua relação com os impostos e descontos. Se você paga, é porque você faz dinheiro. Pague Imposto de Renda e INSS sorrindo e se planeje para não depender só do governo. O inverno sempre vem (mesmo no calor, uma hora o tempo vira!).
Dessa forma, trabalhe-se, lapide-se, eleve-se, até que a resposta à pergunta do título se torne agradável e confortável. O segredo do sucesso não é o montante de dinheiro e de bens acumulados, mas sim o seu conforto ao responder a essa pergunta.
O tempo, a persistência e a prática tornam o processo dinâmico e, até mesmo, prazeroso.
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