O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, adiantou, nesta quarta-feira (8), detalhes de como o sistema de pagamentos instantâneos, chamado de PIX, que permitirá saques no comércio a partir de novembro deste ano.
Segundo ele, o sistema vai permitir o chamado "cashback" (termo em inglês que significa dinheiro de volta). Na prática, é exatamente isso que o sistema prevê: a possibilidade de o consumidor pagar digitalmente e receber troco em dinheiro.
"O que chamamos de cashback é uma medida muito importante: você faz uma compra por meio digital e recebe de volta dinheiro em espécie", disse Campos Neto na abertura do evento Conexão Pix, promovido pelo BC.
O presidente da autoridade monetária afirmou que a ideia é que todo estabelecimento comercial seja um lugar onde as pessoas possam sacar dinheiro.
Para ele, a medida também beneficiará o lojista, que poderá otimizar o estoque de dinheiro.
"Transportar e cuidar de dinheiro em espécie é uma atividade muito custosa para o varejista. Quando ele atinge alta quantidade de numerário, ele precisa, segundo regras municipais, ter um sistema de segurança, o que gera custo", pontuou.
Campos Neto disse que algumas cidades não têm caixa eletrônico (ATM) e, com o novo serviço, o consumidor poderá manter menos dinheiro na carteira.
Em 22 de junho, Campos Neto anunciou que o Pix permitirá que o consumidor saque dinheiro em estabelecimentos comerciais. "As regras e os primeiros detalhamentos desse produto serão apresentados na próxima reunião do Fórum PI, em agosto", disse na ocasião.
O diretor de Organização do Sistema Financeiro e Resolução, João Manoel Pinho de Mello, afirmou que depois do lançamento, o BC pretende agregar novas funcionalidades ao Pix.
"As principais entram em vigor já neste ano, mas a agenda evolutiva é extensa", declarou.
Ele explicou que a ferramenta poderá, no futuro, ter pagamento por aproximação e débito automático, por exemplo.
Sobre a competição com o setor de cartões, para o diretor, os dois modelos poderão conviver no ecossistema criado pelo BC.
"Precisamos reconhecer que evoluímos bastante em termos de digitalização com a indústria de cartões, mas há espaço para aperfeiçoamento", justificou.
"Esses meios [de pagamentos] ainda carregam custo grande, não liquidam imediatamente e outros, como boletos, têm custo de emissão e liquidação, as transferências ainda têm custo e disponibilidade limitada, o Pix vem para trazer aperfeiçoamentos", argumentou.
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