O Ibovespa mudou de direção no meio da tarde desta segunda (10) com a virada positiva de Petrobras e bancos, que contribuiu para firmar ganho, ainda que moderado, no índice da B3 nesta primeira sessão da semana. Ao final, o Ibovespa apontava alta de 0,65%, aos 103.444,48 pontos, tendo oscilado entre mínima de 101 282,05 (-1,45%) e máxima de 103.722,49 pontos, à tarde, saindo de 102.776,02 na abertura. O giro financeiro totalizou R$ 24,9 bilhões e, em agosto, o índice avança 0,52%, com perda de 10,55% no ano.
Do fechamento de 31 de julho para cá, o índice se manteve entre mínima de 100.004,50 (no dia 4) e máxima de 104.523,28 pontos (no dia 6), com níveis de encerramento entre 101.215,87 (dia 4) e 104.125.64 (dia 6) - uma margem de 4,5 mil pontos entre a mínima e a máxima intradia do intervalo, e de pouco menos de 3 mil pontos entre os respectivos fechamentos.
Analistas e operadores apontam um padrão lateralizado para o Ibovespa neste começo de mês, com seis sessões realizadas até aqui em agosto, após três meses consecutivos de ganhos acima de 8%, sem contar os 10,25% de abril. Na falta de catalisadores fortes para romper a resistência de 105 mil pontos - nível de fechamento observado nas sessões de 29 e 30 de julho, os maiores níveis desde 4 de março - ou para perder o suporte dos 100 mil pontos, a tendência é de que o índice se mantenha dentro desta margem de flutuação.
"Hoje, houve esta virada no meio da tarde, com Petrobras e bancos, que caíam mais cedo, em dia positivo no exterior, com os dados sobre a inflação na China", observa Alvaro Bandeira, economista-chefe do Modalmais. A recuperação dos preços em julho na segunda maior economia do globo contribui para a percepção de retomada do maior mercado para as exportações brasileiras, grande consumidor de commodities. No quadro mais amplo, a prisão do empresário de mídia Jimmy Lai, editor de um popular jornal de Hong Kong, enquadrado por Pequim em lei de segurança nacional, causou reação do secretário de Estado americano, Mike Pompeo, mas não chegou a estressar os mercados.
No exterior, acabaram por prevalecer, desde a manhã, os sinais sobre a economia, especialmente após a assinatura no sábado, pelo presidente Donald Trump, de decretos executivos com benefícios aos desempregados nos EUA, mesmo com a geração de empregos acima do esperado em julho, divulgada na sexta-feira, observa em nota Shin Lai, estrategista-chefe da Upside Investor Research.
"A volatilidade continua presente, e, dentro disso, o Ibovespa tem permanecido na faixa de 100 a 105 mil, podendo ir aos 108 mil, se romper os 105 mil, ou cair abaixo dos 100 mil, neste caso em direção aos 94 mil. A direção dependerá do que vier em termos da pandemia, do pacote nos EUA e também do quadro doméstico, em especial a situação fiscal, com muita atenção ao teto de gastos", aponta Bandeira, para quem o mercado tende a permanecer no curto prazo em "fase de indefinição". "O mercado está um pouco cansado do fluxo de recursos, e este cansaço deve prevalecer no curto prazo, mas o pano de fundo ainda é de juros baixos e de recuperação, a depender do que tivermos de notícia", conclui o economista.
Com o Brent em alta de 1,32%, a US$ 44,99 por barril para outubro no fechamento desta segunda-feira na ICE, acumulando ganho de cerca de 3% neste começo de agosto, as ações PN e ON da Petrobras fecharam o dia, respectivamente, em alta de 2,90% e 3,39%, enquanto Vale ON avançou 2,89%, impulsionada por avanço do preço do minério de ferro na China (+2,44% em Dalian). Assim como as de Petrobras, as ações de bancos também foram fundamentais para a guinada do Ibovespa para cima na etapa complementar, após as perdas observadas no segmento mais cedo. Ao final, Santander se mantinha à frente (+3,73%), seguido por Itaú (+1,30%) e Banco do Brasil ON (+0,94%).
Na ponta do Ibovespa, Braskem subiu hoje 9,32%, seguida por CSN (+7,88%) e Embraer (+5,73%). No lado oposto, Totvs cedeu 7,40%, com Hering em baixa de 5,11% e Magazine Luiza, de 4,34%.
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