BRASÍLIA - O presidente Jair Bolsonaro, o ministro da Economia, Paulo Guedes, e 15 empresários atravessaram a Praça dos Três Poderes em Brasília a pé nesta quinta-feira, 7, para ir ao Supremo Tribunal Federal (STF) em uma reunião com o presidente da Corte, Dias Toffoli. Eles foram falar sobre os impactos da quarentena do coronavírus na economia nacional e na sobrevivência da indústria.
A ida do presidente ao STF não estava na agenda. Também participaram da visita de surpresa ao Supremo os ministros Walter Souza Braga Netto, da Casa Civil, Fernando Azevedo e Silva, da Defesa. Durante o encontro, uma transmissão ao vivo foi feita pelo Facebook do presidente. Na live, Bolsonaro disse que a crise tem levado aflições a empresários e que o desemprego também pode afetar vidas e que vai assinar um decreto para ampliar as atividades essenciais.
O presidente disse que o efeito colateral do coronavírus tem sido mais danoso que a própria doença. "O objetivo da nossa vinda aqui, nós sabemos do problema do vírus, que devemos ter todo cuidado possível, preservar vidas, em especial daqueles mais em risco, mas temos um problema que vem cada vez mais nos preocupando: os empresários trouxeram essas aflições, a questão do desemprego, a questão da economia não mais funcionar. O efeito colateral do combate ao vírus não pode ser mais danoso que a própria doença", argumentou.
Bolsonaro ainda disse que "Chegou a um ponto que a economia fica muito difícil de recuperar. Nós, chefe de poderes, temos que decidir. O Toffoli sabe que, ao tomar decisão, de um lado ou de outro, vai sofrer critica".
O presidente do STF, Dias Toffoli, disse que é preciso um trabalho coordenado e um diálogo entre Estados, municípios e o governo federal para planejar a retomada da economia e a redução do isolamento social. Ele lembrou em sua fala que a decisão do Supremo sobre os poderes dos entes subnacionais em decidirem pelo confinamento tem respaldo na Constituição. Segundo ele, a posição da Corte resguardou ainda os direitos da União. "Tem que ter essa saida (do isolamento) de uma forma coordenada".
Segundo a colunista da Folha de S.Paulo, Mônica Bérgamo, 15 empresários e representantes de setores participaram do encontro improvisado. Eles representam segmentos como têxtil, de cimento, farmacêutico, de máquinas, de calçados e de energia.
Na reunião, enquanto o País bate recordes diários de mortes por coronavírus e Estados temem a superlotação do sistema de saúde, o presidente da República, Jair Bolsonaro, afirmou ter preocupação com o "colapso da economia". "Economia é vida", disse.
O presidente disse, ainda, que teme que a economia brasileira fique como a da Venezuela. "Quando Guedes fala da Venezuela, é em referência à economia venezuelana, porque chega um ponto que fica muito difícil recuperar", disse o presidente.
Bolsonaro também voltou a criticar as ações de governadores, que em grande parte defendem e mantém o isolamento social como medida de combate da covid-19, ao dizer que foram "um pouco longe demais nas medidas restritivas". "Alguns Estados foram um pouco longe nas medidas restritivas e as consequências estão batendo na porta de todos."
Bolsonaro sentou entre o presidente do Supremo Tribunal Federal e Guedes. Também estavam presentes ministros como Walter Braga Netto (Casa Civil) e Fernando Azevedo (Defesa). Um dos filhos do presidente, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), também estava entre os presentes.
Com informações de agências (Folha Press e Agência Estado)
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