Banco Central anunciou nesta quarta-feira (30) um novo corte na taxa básica de juros. Em decisão unânime do Comitê de Política Monetária (Copom), a Selic caiu de 5,5% para 5% ao ano.
Desde dezembro de 2017 os juros vêm renovando as mínimas históricas. Ou seja, a Selic está novamente no menor patamar desde que passou a ser utilizada como instrumento de política monetária, em 1999.
Esse foi o terceiro corte anunciado na gestão do presidente Jair Bolsonaro (PSL).
O resultado da reunião confirmou a expectativa de todos os analistas consultados pela agência Bloomberg, que era um corte de 0,5 ponto percentual nos juros, conforme já vinha sendo indicado pelo BC desde o último encontro do Copom, em setembro.
O ciclo atual de corte de juros começou em julho, quando a taxa estava em 6,50% ao ano, logo após a aprovação da reforma da Previdência na Câmara.
A expectativa dos analistas é de outra redução dos juros, para 4,5% ao ano, na reunião do Copom marcada para os dias 10 e 11 de dezembro. Algumas instituições projetam que a Selic possa chegar a 4% no início de 2020.
A nova rodada de cortes da taxa básica se dá em um contexto de fraco de crescimento da economia, inflação abaixo da meta, desemprego elevado e queda de juros em países desenvolvidos e emergentes.
O ciclo de corte de juros é uma tendência mundial frente ao cenário de desaceleração da economia global. Nesta quarta (30), o Fed, banco central americano, cortou a taxa básica de juros dos Estados Unidos em 0,25 ponto percentual. A redução veio em linha com a expectativa do mercado e deixou o juro do país na faixa de 1,5% e 1,75% ao ano. Este é o terceiro corte seguido na taxa.
No Brasil, o BC tem condicionado os cortes à continuidade da agenda de reformas, o que tem contribuído para a queda do risco país e evitado uma alta mais elevada do dólar. A cotação da moeda perdeu força e voltou a fechar abaixo de R$ 4 nesta quarta.
A depreciação recente do real em relação à moeda norte-americana é um dos riscos para a política monetária. Em seus comunicados, o BC tem indicado que a alta do dólar para um patamar de até R$ 4,10 não impede que a inflação fique abaixo da meta neste ano e no próximo.
Apesar dos cortes na Selic, o desempenho da economia segue errático e, apesar da redução dos juros no segmento imobiliário, outras linhas de crédito continuam com taxas elevadas.
A Selic chegou a 7,25% em 2012, no governo Dilma Rousseff, mas voltou a subir durante a gestão da petista. No governo Michel Temer, os juros atingiram a mínima de 6,50% ano.
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