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Estados começam a calcular perdas de arrecadação com coronavírus

Estados começam a calcular perdas de arrecadação com coronavírus

Crise gerada pela pandemia do novo coronavírus já começa a ser sentida na arrecadação dos Estados, que têm pedido ajuda do governo federal

Publicado em 9 de abril de 2020 às 16:14

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A crise gerada pela pandemia do novo coronavírus começa a ser sentida na arrecadação dos Estados. Como muitos já tinham de lidar com restrições orçamentárias e o contágio, bem como as políticas públicas para deter a doença, avançam de forma heterogênea pelo país, a situação de cada ente da federação tem características próprias.

Dinheiro
Caixa dos Estados, que já tinham restrições orçamentárias, enfrenta mais uma crise. (Pixabay)

Alegando que precisam de caixa extra na crise, os Estados têm pedido ajuda do governo federal. Divergências em relação a valores e destinação dos recursos, porém, têm atrasado o entendimento político. Um projeto de socorro está em discussão no Congresso.

A Secretaria da Fazenda do Espírito Santo diz que ainda não é possível uma avaliação mais precisa sobre o impacto da pandemia na arrecadação geral do estado. O governo de Renato Casagrande (PSB) aguarda o ingresso da arrecadação de abril para rever receitas de 2020 e apresentar uma nova lei orçamentária. As emissões de nota fiscal tiveram redução de cerca de 40%, comparando a semana antes e a semana seguinte ao início da quarentena.

Entre os estados mais fragilizados, como Minas Gerais, a situação já se mostra crítica. A pandemia fez com que o déficit previsto na Lei Orçamentária Anual (LOA ) para Minas Gerais em 2020 fosse atualizado de R$ 13,3 bilhões para 20,8 bilhões.

A previsão é que a arrecadação do ICMS no estado tenha queda de 14,12% este ano, o equivalente a R$ 7,5 bilhões, considerando um cenário com queda do PIB nacional de 4%. O imposto representa 80% da receita tributária de Minas.

Estado mais dependente da receita do petróleo, o Rio estima uma queda de R$ 15 bilhões na arrecadação de 2020. Desse total, R$ 4 bilhões refletem a redução das cotações internacionais do petróleo e o restante, de perdas com a receita do ICMS.

Sem apresentar detalhes, a secretaria de Fazenda do estado diz que elaborou um pacote com 29 medidas para enfrentar a crise, que teriam impacto de R$ 21 bilhões no orçamento. O governo Wilson Witzel (PSC) conta com a privatização da Cedae (Companhia Estadual de Água e Esgoto) para levantar R$ 11 bilhões.

A ideia é lançar o edital de privatização até agosto, mas a operação depende da retomada dos negócios no mercado global. "A concessão só não vai acontecer se o mercado estiver muito ruim com a pandemia", disse na semana passada o secretário estadual de Fazenda, Luiz Cláudio Rodrigues de Carvalho.

Segundo o secretário da Fazenda e Planejamento do estado de São Paulo, Henrique Meirelles, o estado pode deixar de arrecadar R$ 16 bilhões de ICMS, em uma estimativa mais pessimista. A afirmação foi feita a empresários durante uma reunião na manhã da última quarta-feira (8).

O imposto representou 84% da arrecadação tributária de todo o Estado de São Paulo no ano passado. Em 2019, o estado arrecadou R$ 144 bilhões de ICMS.

O governo da Bahia estima uma perda de receita de R$ 1,5 bilhão apenas nos meses de abril, maio e junho deste ano em razão da redução da atividade econômica.

Para fazer frente a queda na arrecadação, o governador Rui Costa (PT) assinou um decreto que estabelece medidas de controle dos gastos de custeio e de pessoal. O governo suspendeu novas contratações de funcionários e está renegociando contratos.

O decreto também estabelece a suspensão das despesas decorrentes de prorrogação e celebração de novos contratos, além da aquisição de imóveis e de veículos, mobiliário, aquisição de passagens aéreas e concessão de diárias e verbas de deslocamento. A exceção são os gastos relacionadas ao enfrentamento da Covid-19.

No Rio Grande Norte, só a arrecadação do ICMS, deve ter queda de R$ 400 milhões nos próximos três meses (abril, maio e junho), segundo o governo de Fátima Bezerra (PT). Somando outras fontes, o impacto pode chegar a R$ 500 milhões.

No Paraná, a estimativa é de perda de R$ 3 bilhões em arrecadação até o final do ano. Em Mato Grosso do Sul, o número pode chegar a R$ 1,3 bilhão, segundo o governo.

O Rio Grande do Sul estima uma perda de R$ 700 milhões em arrecadação em abril. Segundo a Secretaria da Fazenda gaúcha, a previsão de arrecadação de IPVA e ICMS para abril era de R$ 4,03 bilhões antes da crise. Agora, a previsão está em R$ R$ 3,33 bilhões.

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Santa Catarina calcula que a arrecadação caiu R$ 200 milhões em março, de R$ 2,6 bilhões para R$ 2,4 bilhões. Para os próximos meses, segundo a Secretaria da Fazenda, a expectativa é que a perda deve chegar a R$ 100 milhões.

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