Os benefícios para a economia brasileira com a liberação do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) devem ser de, no máximo, 0,30 ponto percentual neste ano e de 0,46 ponto percentual em 2020, segundo projeções feitas pela equipe econômica do Santander.
O governo apontou, quando anunciou a medida, um impacto de 0,35 ponto percentual sobre o PIB (Produto Interno Bruto), sem separação por período.
Na sexta-feira passada, a Caixa depositou a seus clientes R$ 5,1 bilhões do dinheiro do FGTS, na segunda rodada de liberação de recursos. Não correntistas têm direito ao saque a partir de 18 de outubro, seguindo um cronograma que se estende até o final de março do próximo ano.
O cenário básico do banco aponta, porém, incremento mais modesto para a economia brasileira, que poderia crescer 0,20 ponto percentual em cada ano. Segundo Laiz Carvalho, da equipe econômica do banco, as estimativas consideram que todo o dinheiro retirado, até R$ 500 por conta, será usado para consumo.
Carvalho afirma ainda que a adesão ao saque aniversário, que deve ser autorizada no próximo ano, deve gerar ainda um aumento adicional de 0,20 ponto percentual ao ano no PIB. A projeção considera que 36% dos trabalhadores mudem o regime de acesso ao dinheiro do fundo, sacando parte dos recursos anualmente em vez da opção de retirada do montante em caso de demissão.
Nas projeções do Santander, se os valores sacados forem integralmente destinados a pagar dívidas, o impacto sobre o PIB é zero.
De acordo com a economista, o motivo é que a amortização de parte das dívidas não tem reflexo imediato sobre o consumo das famílias, ainda que exista um impacto positivo depois.
"Quando tem redução do comprometimento de renda, pode ter impacto depois no PIB. Mas o impacto primeiro é redução de endividamento e aumento confiança", afirma.
Segundo dados de birôs de crédito, o país tem mais de 60 milhões de pessoas com o nome nos cadastros de devedores. Com os R$ 500 do saque, essas pessoas conseguiriam cobrir apenas 15% da dívida média.
Caso o dinheiro do FGTS vá para o pagamento de dívidas, a redução do comprometimento de renda pode ser de 0,15 ponto percentual neste e no próximo ano. Na projeção mais otimista, haveria uma redução de 0,25 ponto percentual em 2019 e de 0,40 no próximo ano.
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