Os saques em caderneta de poupança superaram os depósitos pelo terceiro mês seguido, segundo dados divulgados pelo Banco Central nesta sexta-feira (5). Em outubro, último mês de pagamento da segunda rodada do auxílio emergencial, o resultado foi negativo em R$ 7,43 bilhões.
Em setembro, a saída líquida foi de R$ 7,71 bilhões e em agosto, de R$ 5,46 bilhões, primeiro número negativo desde o retorno do auxílio emergencial, em abril. Antes, a poupança teve quatro meses de resultados positivos.
Em julho, a modalidade teve entrada líquida de R$ 6,37 bilhões.
Nos três primeiros meses de 2021, quando ainda não haviam começado os pagamentos da nova rodada do benefício, os resultados foram negativos em R$ 27,5 bilhões. A partir de abril, a captação líquida (diferença entre entradas e saídas) voltou a ser positiva, com R$ 3,8 bilhões.
Em maio, a entrada líquida foi mais baixa, de R$ 72,6 milhões, mas permaneceu positiva. Em junho, a poupança registrou a maior captação do ano, com R$ 7 bilhões.
Em outubro, os brasileiros depositaram R$ 278 bilhões na caderneta e sacaram R$ 285,5 bilhões. Desde o início do ano, a poupança acumula captação negativa em R$ 30,7 bilhões.
Mesmo com o resultado negativo, o saldo, que é todo o montante investido na modalidade, permaneceu superior a R$ 1 trilhão no mês. O estoque alcançou a marca pela primeira vez na história em setembro do ano passado com o aumento expressivo da captação líquida (diferença entre entradas e saídas).
Desde o início da pandemia, os resultados da caderneta são impactados pelo pagamento do auxílio emergencial.
Os valores são pagos por meio de conta-poupança digital da Caixa Econômica Federal, o que ajudou a explicar o movimento de forte alta na captação líquida ao longo de 2020, que bateu recorde com R$ 166,3 de entradas líquidas.
Após a chegada do vírus ao país, em março do ano passado, a caderneta registrou valores elevados em captação líquida nos meses seguintes, em comparação ao restante da série.
O auxílio emergencial voltou a ser paga no início de abril e terminou no mês passado. A nova rodada teve valor menor que a primeira versão, paga entre abril e dezembro do ano passado -inicialmente de R$ 600 e depois reduzido para R$ 300.
Dessa vez, o benefício teve valor médio de R$ 250, mas ficou entre R$ 150 ou R$ 375, dependendo do tamanho da família de quem recebe.
No ápice da crise, em abril de 2020, a captação da poupança bateu recorde, com R$ 30,4 bilhões. O resultado foi superado em maio daquele ano, com R$ 37,2 bilhões, o maior da série histórica até agora.
Em agosto e setembro, no entanto, mesmo com o pagamento do benefício, que manteve o nível de depósitos elevado, os brasileiros sacaram mais recursos da modalidade.
A caderneta rende a TR (Taxa Referencial), hoje zerada, mais 70% da Selic, que está em 7,75% ao ano.
A regra prevê que, quando a taxa básica de juros estiver acima de 8,5% ao ano, o rendimento da poupança seja de 0,50% ao mês, mais a TR. Caso a taxa Selic esteja menor ou igual a 8,5% ao ano, o investimento é remunerado a 70% da Selic, acrescida da TR.
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