A agenda da infraestrutura no Espírito Santo é mais do que conhecida: quem atravessa as duas principais rodovias federais no Estado reconhece o tamanho desse gargalo e a evidente necessidade de modernização das BRs 101 e 262. Com a expectativa de mais interlocução com o governo federal após a posse de Luiz Inácio Lula da Silva, em janeiro, o governo estadual deverá abraçar as oportunidades para destravar obras de suma importância para o desenvolvimento econômico e o bem-estar da população.
O governador Renato Casagrande já elegeu suas prioridades: são pelo menos cinco obras encabeçando as demandas. Quatro duplicações em rodovias federais (BR 101, BR 262, BR 259 e BR 447) e a construção de uma nova ponte sobre o Rio Doce, em Colatina.
Os maiores entraves, como é público e notório, envolvem a devolução da concessão na BR 101 e o mais recente fracasso na tentativa de conceder a BR 262 à iniciativa privada. Há planos e intenções que ainda não se materializaram, e a janela de oportunidades de viabilizar recursos com a nova gestão em Brasília não pode ser desperdiçada. Qualquer que seja a solução encontrada, o que se espera é que a duplicação das rodovias não só saia do papel, mas que seja executada dentro de um cronograma que permita ao usuário/contribuinte ver os resultados.
A BR 101 tem 50,3 quilômetros duplicados no trecho sul e 7,2 quilômetros no norte. O tráfego de caminhões é intenso, já que a rodovia é a principal responsável por escoar a produção estadual. As chuvas recentes expuseram ainda mais as fragilidades da via, com a destruição dos kms 170 e 171, nos dias 29 de novembro e 1º dezembro, entre Aracruz e Linhares. No km 171, o tamanho da obra para recuperar o trecho impressiona: nela serão usados 3,6 mil caminhões carregados de pedra para solucionar o problema.
Essa dimensão grandiosa dos gargalos de infraestrutura no Estado se equipara ao tamanho dos desafios para fazer essas obras de grande porte deslancharem. De preferência, com a participação da iniciativa privada, mas cercada de mais segurança jurídica. O governador Renato Casagrande terá um papel fundamental de intermediador das demandas capixabas, mobilizando a bancada federal e envolvendo o empresariado e a sociedade capixaba. Ao que tudo indica, as portas estarão abertas. Por mais irônico que seja, é a oportunidade de o Espírito Santo construir as pontes para destravar as obras de infraestrutura de que tanto necessita.
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