O título deste editorial é até otimista, por levar em conta o último prazo, dado na terça-feira (9), pela ES Gás para o restabelecimento do fornecimento de gás encanado nos bairros Jardim da Penha, Mata da Praia, Bairro República e Goiabeiras, em Vitória.
Na ocasião, a concessionária informou que os trabalhos deveriam se estender durante toda a quarta-feira (10), ou seja, muita gente, das 13 mil pessoas afetadas desde domingo (7), ainda estaria sem gás, somando três dias sem abastecimento. No início da noite desta quarta, a ES Gás divulgou mais uma nota informando que "todos os estabelecimentos comerciais e os bairros República e Goiabeiras já estão com 100% do abastecimento normalizado", ou seja, ainda faltava concluir a ligação das residências da Mata da Praia e de Jardim da Penha.
Não se trata de uma crítica ao procedimento da ES Gás para o retorno do gás às residências e estabelecimentos comerciais. Como foi informado pela empresa, o religamento é realizado individualmente em cada unidade consumidora e por zonas de distribuição. "As equipes de campo da companhia estão mobilizadas para atuar 24/7 (24 horas durante sete dias da semana) até o total restabelecimento", afirmou a concessionária em nota enviada à reportagem. Se a adoção desses protocolos é norma de segurança, ela é incontestável.
Mas quem sofreu durante esses três dias sem gás para dar conta das rotinas domésticas mais básicas, como colocar comida na mesa para a família, ou manter o próprio negócio em funcionamento, merece saber a razão desse caos. E quem deve ser responsabilizado.
Nesta quarta-feira (10), três dias após o incidente que perfurou o duto de gás na Avenida Dante Michelini, a Prefeitura de Vitória enfim informou o nome da empresa de telefonia responsável pela obra, autorizada pela própria prefeitura, após recorrentes cobranças da reportagem. A prefeitura informou que "a autorização foi para a implantação do sistema 5G subterrâneo por método não destrutivo". A empresa poderia escavar o local, portanto?
Essa resposta pode ser dada pelo Ministério Público do Espírito Santo (MPES), que vai apurar o caso por meio da Promotoria de Justiça Regional do Consumidor. "O MPES já oficiou a Agência de Regulação de Serviços Públicos do Espírito Santo (ARSP) e a ES Gás, para a adoção das medidas cabíveis", disse em nota. O órgão precisa ir a fundo nas circunstâncias desse incidente que ainda está causando transtorno aos moradores. Como já dito neste espaço, não pode passar impune.
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