A brutalidade do acidente na Praia do Morro, em Guarapari, escancarada nas imagens das câmeras de videomonitoramento, é perturbadora demais. Um carro em alta velocidade atinge uma moto em um cruzamento e a arrasta por alguns metros. O motociclista, que foi arremessado, não sobrevive. Por pouco, um ciclista que passava pela rua não é atingido.
Uma cena de violência no trânsito que, lamentavelmente, se assemelha a tantas outras que se sucedem dia após dia.
Mas há algo que torna esse acidente peculiar. A Praia do Morro, em janeiro, é destino de milhares de turistas que buscam diversão. Principalmente os mais jovens querem extravasar durante o verão, aproveitar cada momento. Os dois principais personagens dessa cena tinham a juventude em comum: o motorista do automóvel, que provocou o acidente e foi preso, com seus 23 anos. O motociclista, que perdeu a vida, tinha 18.
A violência no trânsito é abrupta, arranca pessoas amadas de seus familiares e amigos de forma inesperada. Mas quase sempre poderia ser evitada com prudência e obediência às leis de trânsito. O condutor do veículo foi preso em flagrante por homicídio, tentativa de homicídio duas vezes e embriaguez ao volante.
Já está mais do que sacramentado que o consumo de álcool associado à direção aumenta o risco de acidentes. A Lei Seca, que fez 15 anos em 2023, determina que beber e dirigir é crime. Mesmo assim, os acidentes com mortes envolvendo motoristas alcoolizados são recorrentes.
Fiscalizações, sobretudo nos balneários mais movimentados no verão, são fundamentais para inibir esse comportamento. A certeza da punição é o que pode construir uma nova cultura ao volante, algo que vem se perdendo nos últimos anos. É importante que os mais jovens tenham essa noção.
A temporada de verão em cidades como Guarapari é feita de festas, shows, praia... um tempo de celebrar a vida. Um acidente tão brutal quanto esse destoa desse cenário. Mesmo durante o lazer, a responsabilidade de quem conduz um veículo não pode tirar férias.
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