Ainda bem que existem as câmeras de segurança para reduzir a impunidade

Recorrer aos flagrantes captados pelas lentes fornece novas perspectivas, com a indicação de suspeitos e circunstâncias dos mais diversos crimes

Publicado em 22/06/2023 às 01h01
Homicídio
Cena flagrada por câmera de condomínio onde empresário foi morto . Crédito: Reprodução

Uma imagem mostra dois homens no elevador momentos antes de um deles assassinar o outro. Outra cena flagra o desespero de uma esposa diante do corpo do seu marido estendido no chão, assassinado momentos antes pelo vizinho. Pequenas sequências da violência que não dá trégua, mas com a importância incontestável de serem registros que ajudam a solucionar crimes que, em outros tempos, seriam bem mais difíceis de serem elucidados.

Já não é de hoje que as câmeras de segurança e videomonitoramento se tornaram onipresentes, principalmente nas áreas urbanas.  As imagens são atualmente peças valiosas nas investigações de acidentes de trânsito, roubos e assassinatos. Recorrer aos flagrantes captados pelas lentes fornece novas perspectivas, com a indicação de suspeitos e circunstâncias dos mais diversos crimes.

Somente nesta semana, o noticiário trouxe alguns exemplos importantes, como o caso do empresário de 34 anos assassinado no próprio apartamento por um homem que conheceu em um aplicativo de relacionamento. A imagens mostram momentos anteriores e posteriores ao crime, inclusive quando o suspeito leva o carro da vítima. Cada detalhe ajuda a montar um quebra-cabeça que será crucial nas investigações.

No caso de um policial militar que é acusado de matar o músico Guilherme Rocha em abril deste ano, as cenas divulgadas na época já davam por si só uma visão da dinâmica do assassinato. Uma discussão sobre o barulho que acabou levada a cabo por uma das partes, uma tragédia dentro de um condomínio. Nesta semana, uma imagem mostrando o policial impedindo a esposa do músico de prestar socorro trouxe ainda mais dor para a história, mas também será uma peça importante para a acusação.

As imagens também foram importantes na condenação de Rodrigo Pires Rosa a 27 anos de prisão pela morte de Luana Demonier, em Cariacica, em fevereiro de 2021. O júri popular foi realizado nesta terça-feira (20). O crime foi captado pelas câmeras localizadas em Vila Capixaba, cenas fortes que expuseram a crueldade com a qual a jovem foi morta. Sem essas imagens, certamente haveria mais empecilhos investigativos e jurídicos.

E, com imagens que também costumam chocar, os acidentes de trânsito também podem ser solucionados. Nesta quarta-feira (21), uma mulher foi atropelada por uma carreta em Santa Maria de Jetibá. A dinâmica do atropelamento fica mais fácil de ser apurada, o que pode levar a punições. Isso é muito importante.

Ainda bem que as câmeras estão espalhadas por aí, para contribuir com a Justiça. Ainda há muita controvérsia sobre privacidade e manipulações de imagens (as deep fakes mostram que isso já é uma realidade), mas a proliferação desses registros cotidianos só tende a crescer. As imagens são auxiliares, precisam sempre serem analisadas com cuidado, mas se tornaram indispensáveis para combater a impunidade.

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