
Quando ocorrem terremotos e furacões nos países em que essas catástrofes são comuns, o brasileiro, de longe, costuma assistir ao noticiário mostrando a população se preparando para os eventos, adquirindo suprimentos e muitas vezes deixando suas casas, após alertas de autoridades dos governos locais. Com as mudanças climáticas, dadas as devidas proporções, serão cada vez mais necessárias respostas rápidas de moradores nas localidades onde há previsão de temporais.
Alertas — que agora chegam por SMS, mas também precisam de estratégias "analógicas" onde esse recurso pode não funcionar — devem ser levados a sério em qualquer circunstância, pois salvam vidas. E precisam estar acompanhados de planos de emergência de prefeituras e governo estadual. Na última sexta-feira (4), o boletim da Defesa Civil trazia um alerta vermelho, que indicava um impacto "excepcional" das chuvas, principalmente nas regiões Sul e Serrana do Espírito Santo.
Na madrugada seguinte, a tempestade veio com força principalmente em duas localidades: nos distritos de Estrela do Norte, em Castelo, e Anutiba, em Alegre. Na manhã de sábado (5), os moradores limpavam as ruas e contabilizavam os prejuízos, felizmente sem perdas humanas.
Contudo, o município que teve o maior volume de chuvas naquela madrugada não foi nenhum dos dois, e sim Muniz Freire, com 106,6mm. O que aconteceu? Essa chuva não caiu em regiões habitadas, sem impactos urbanos. Mas não dá para prever onde a chuva vai cair, por isso é primordial confiar nos avisos.
Não se exime aqui a responsabilidade das autoridades, que precisam preparar as cidades em sua infraestrutura para um novo normal de chuvas volumosas, fora dos regimes: redes de bombeamento de água, proteção de encostas, reocupação racional do solo e proteção de córregos, canais e rios.
Além de tudo isso, é o poder público o provedor das informações de meteorologia em primeira mão, com a responsabilidade de repassá-la com agilidade, acelerando ações de contingência. A imprensa tem papel crucial nesse processo, como ocorreu na semana passada, para fazer essas informações chegarem a quem precisa.
Os alertas são preventivos e, mesmo quando não se concretizam, não podem perder a credibilidade. É a construção dessa cultura de prevenção entre a população que vai determinar a gravidade dos eventos climáticos. As pessoas precisam se cadastrar nesses alertas, é importante que saibam que estão em áreas de risco e procurem orientação estatal sobre como agir. Nem sempre será possível evitar perdas materiais, mas o mais importante é salvar vidas.
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