Uma sequência de absurdos. Em um intervalo de poucas horas, o bairro Planalto Serrano, na Serra, dolorosamente ilustrou a tragédia diária a que estão submetidos milhares de moradores da Grande Vitória. Começou com um tiroteio na madrugada desta terça-feira (2), que levou à suspensão de rotas de ônibus na região. Culminou com a ameaça ostensiva de criminosos, flagradas ao vivo por câmeras de TV.
O vídeo em que homens armados expulsam a tiros um grupo de jornalistas, que incluía profissionais da TV Gazeta e da TV Tribuna, é apenas a ponta do iceberg. Mesmo breve, o flagrante escancara uma rotina de terror. Impedida de ir e vir pela violência, a população também se vê refém da interrupção de serviços públicos essenciais. Nesta terça foi o transporte, mas poderia ter sido o posto de saúde ou a escola. A insegurança invade os quintais, como no triste exemplo de uma garotinha de 11 anos atingida nas costas por uma bala perdida na porta de casa no bairro Solar de Anchieta, no mesmo município.
A notícia de que o Espírito Santo registrou uma expressiva redução de homicídios em fevereiro, em relação ao mesmo mês do ano passado, é um fiapo de esperança no controle da criminalidade. Mas o fato é que o Estado precisa investir seriamente na redução dos índices de violência e alcançar o sucesso que demonstra em outras áreas. Na Educação, apesar de ainda longe do ideal, conquistou avanços importantes e liderou o Ideb no segmento do ensino médio. A situação fiscal capixaba é exemplo para o Brasil. Com boa gestão da pandemia, tem até mesmo recebido pacientes de outras regiões do país. Agora é hora de incluir a segurança pública na lista de bons resultados.
Bom nome à frente da Secretaria de Segurança Pública, frise-se, Alexandre Ramalho tem apelado reiteradamente por ajustes na legislação e por uma reestruturação educacional, de forma que o alto desempenho alcançado em alguns segmentos do ensino cheguem a todos os estudantes. É preciso que os demais poderes também ouçam o chamado do secretário, que também é o da população, para que a violência não seja vista apenas como um problema de ordem policial, o que está longe da realidade.
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