Há no dicionário uma definição para a ameaça feita pelo presidente Jair Bolsonaro de retirar a Força Nacional de Cariacica por causa da implantação de um disque-denúncia no município: chantagem. Algo execrável na política, por eliminar a busca pelo consenso e partir para um tudo ou nada sem sentido.
Da forma como expôs a insatisfação com a abertura de um canal para denúncias de abuso de integrantes da missão, em uma de suas lives nas redes sociais, Bolsonaro mais uma vez perdeu a chance de se portar como um presidente da República: agiu mais como um síndico autoritário. Apequenou-se.
Bolsonaro age como se o disque-denúncia fosse uma tentativa de sabotar o projeto-piloto Em frente, Brasil, do qual o município capixaba é um dos cinco integrantes. “São os bons policiais que são denunciados para exatamente essa parte do crime-organizado atrapalhar quem está fazendo o bem para aquela região”, disse, colocando um possível mau uso do canal de comunicação como justificativa para a sua inexistência.
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Denúncias sempre devem ser apuradas. Esquece-se, convenientemente ou não, que a participação da população é essencial para o sucesso de uma jornada tão importante quanto o combate à criminalidade. As portas precisam estar sempre abertas.
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