Quem ainda não pegou uma das barcas do Aquaviário está perdendo a chance de se deslocar pela Grande Vitória ou fazer um passeio com direito a uma bela paisagem da Baía de Vitória. Da mesma forma que quem ainda não subiu a Ciclovia da Vida, na Terceira Ponte, que liga Vitória a Vila Velha, está perdendo uma baita aventura, que para muitos se tornou cotidiana.
A paisagem de cartão-postal é o grande diferencial dessas duas opções para a mobilidade, que acabaram de completar um ano, com alguns dias de diferença. Mas, para muita gente, o Aquaviário e a Ciclovia da Vida passaram a ser a escolha de travessia diária entre Vitória, Vila Velha e Cariacica. Os números divulgados pelo governo estadual dimensionam isso.
Neste primeiro ano, meio milhão de pessoas passaram pelo Aquaviário, transportadas em 22 mil viagens entre Vitória, Vila Velha e Cariacica. Já na estrutura da Terceira Ponte, no mesmo período, foram 550 mil travessias de ciclistas.
Esses dois grandes projetos de infraestrutura de transporte podem não ter acabado com os problemas viários. A terceira faixa na Terceira Ponte, inaugurada também há um ano, teve mais impacto nesse aspecto. Mas tanto a Ciclovia da Vida quanto o Aquaviário são importantes por serem mais opções de transporte, dando uma cara moderna à Grande Vitória. E o enfoque turístico e lúdico ficou evidente: 47,3% dos usuários no primeiro ano disseram que usaram o sistema a lazer.
Grandes centros urbanos do país e do mundo sempre aproveitaram mares e rios para a mobilidade e para o turismo. A ausência do Aquaviário era um desperdício. Um desafio para o futuro do sistema também passa pela sustentabilidade financeira, já que atualmente a operação é do governo estadual. O Novo PAC Seleções, divulgado julho, destinou uma verba de R$ 30 milhõesdo governo federal para a construção de mais cinco novas estações.
O maior ponto de atenção sobre o Sistema Aquaviário neste ano foi a acessibilidade. Nada justifica que as plataformas de embaque ainda sigam sem estrutura para receber pessoas com deficiência, principalmente os cadeirantes.
Já o timing para a Ciclovia da Vida parece ter sido perfeito: em seu primeiro ano, a Grande Vitória viu explodir o uso de bicicletas elétricas, que facilitam a travessia entre Vitória e Vila Velha. E o uso de bicicletas comuns foi potencializado com a integração das bikes compartilhadas entre as duas cidades. Uma forma até pouco tempo impensável de ir de uma cidade para a outra. E lembrando que o sucesso da ciclovia depende também da sensação de segurança dos usuários.
Um ano depois, esses dois novos "caminhos" ampliaram o leque de possibilidades para circular entre as cidades atendidas. Não de uma forma comum, mas muito mais divertida, com espaço e tempo para a contemplação, algo tão difícil nesses tempos atribulados. A Grande Vitória saiu ganhando.
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