Aracruz precisa começar a se arrumar para o futuro

A prefeitura vai contratar uma consultoria para o trabalho de elaboração do PDM, mas o envolvimento da comunidade e dos setores econômicos é parte fundamental da construção de um consenso para a cidade

Publicado em 22/10/2024 às 01h00
Complexo industrial e portuário de Barra do Riacho, em Aracruz
Complexo industrial e portuário de Barra do Riacho, em Aracruz. Crédito: Abdo Filho

As siglas e abreviações se misturam em Aracruz: com uma ZPE (Zona de Processamento de Exportação) sendo implementada, a primeira privada do país; com o Parklog/ES (parque logístico) oficialmente criado neste ano; com um novo PDM (Plano Diretor Municipal) para preparar a cidade para  os investimentos que já estão chegando.

O que se desenha para o município é um cenário pujante, com um setor portuário em franco processo de crescimento e diversificação. Aracruz é uma porta aberta para o mundo, para fortalecer o comércio exterior no Espírito Santo e desenvolver uma cadeia produtiva ao redor. Os centros de distribuição já começam a aterrizar no município.  Mais recursos, mais negócios, mais empregos, mais oportunidades compartilhadas. E, ao mesmo tempo, mais responsabilidade dos gestores públicos.

O PDM é parte fundamental da organização das cidades, e os debates sobre o futuro de Aracruz terão início no próximo ano, com previsão de que o novo ordenamento entre em vigor em 2026. Está previsto, de acordo com a fala da secretária de Desenvolvimento Urbano de Aracruz, Laryssa Baroni, em entrevista à coluna de Abdo Filho, o zoneamento adequado para a retroárea dos portos, para os empreendimentos industriais, para a mancha urbana, e a redefinição da questão da verticalização da cidade. "Claro, sempre observando as áreas de proteção ambiental e as reservas indígenas", garantiu.

A prefeitura vai contratar uma consultoria para o trabalho, mas o envolvimento da comunidade e dos setores econômicos é parte fundamental da construção de um consenso para a cidade. São esses personagens que conhecem as carências e os possíveis impactos.

É necessário, por exemplo, prever o crescimento populacional, inclusive com a atração de mão de obra de fora. Assim como o impacto desses grandes projetos no transporte urbano. A antecipação das necessidades que virão com esse volume de investimentos na cidade é o desafio coletivo. Sem demagogia, sem descuido e sem desinteresse.

Não há desenvolvimento pleno sem organização territorial e uma política de expansão urbana construída com múltiplas mãos. O dinheiro está chegando a Aracruz, em um momento no qual o Espírito Santo começa a se preparar para os desafios da reforma tributária, com o fim dos benefícios fiscais. O PDM é o caminho incontornável para começar a arrumação  da casa para receber esses investimentos.

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