O que era para ser festa para o Flamengo e aceitação da derrota, com o devido espírito esportivo, para o Atlético-MG na final da Copa do Brasil, neste domingo (10), acabou se tornando um fracasso retumbante para o futebol brasileiro. Mais uma vez.
Perder é chato. Perder em casa é mais chato ainda. Mas nada, nada mesmo, justifica a conduta selvagem de uma torcida derrotada ou em vias de perder um jogo. Em quatro momentos da partida decisiva, foram arremessadas bombas da arquibancada, além de outros objetos de grande porte. Torcedores invadiram o campo.
O fotógrafo Nuremberg José Maria, de 67 anos, um dos profissionais mais conhecidos no meio esportivo de Belo Horizonte, acabou ferido por um desses explosivos. Nuremberg teve três dedos quebrados, rompimento de tendões e corte no pé e passou por cirurgia.
A Arena MRV, cenário da barbárie, foi inaugurada no ano passado e definitivamente não passou no teste de segurança nesta final. De acordo com o GE, a Procuradoria do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) vai denunciar o Atlético-MG pelos episódios de violência e pedir a interdição do estádio. É o tipo de mudança no futebol brasileiro que só se viabiliza com o exemplo. O estádio precisa ter uma infraestrura de segurança garantida, assim como o clube precisa ter controle dos torcedores, inclusive banindo os desordeiros das arquibancadas.
A imagem do fotógrafo estirado no chão é mais uma a ser enfileirada num arquivo inglório de violência nos estádios brasileiros. Uma animosidade sem sentido, inflada pelo efeito manada das arquibancadas, quando torcedores se mostram como pessoas mimadas, que não podem ser contrariadas com uma derrota. O futebol, razão de tantas alegrias, acaba perdendo o brilho a cada episódio lamentável como o da torcida atleticana.
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