Avanço de sinal: infração é gravíssima, tira a vida de inocentes, mas motoristas não têm medo

É tão comum ver motoristas, motociclistas e ciclistas cometendo a infração que parece não existir penalização; faltam  mecanismos mais efetivos de flagrantes, além de uma maior presença de autoridades de trânsito nas ruas

Publicado em 04/04/2023 às 01h00
Acidente
Delegado sofreu acidente e ficou 19 dias internado antes de morrer no ES. Crédito: Montagem | Eduardo Dias

Só há o que se lamentar quando o trânsito faz mais uma vítima. Neste domingo (2),  o delegado da Polícia Federal Luis Felipe Felipe da Silva, 43 anos, morreu após 19 dias de internação.  No dia 14 de março, ele pilotava uma moto na Avenida Cesar Hilal, em Vitória, quando foi atingido por um veículo que fazia a conversão para  a Rua Ferreira Coelho. De acordo com uma testemunha, o carro teria avançado o sinal vermelho.

Mais lamentável ainda é a constatação de que esse tipo de imprudência no trânsito seja tão comum, quase uma regra. Motoristas que vêm em alta velocidade pelas vias e simplesmente ignoram a transição do sinal amarelo para o vermelho ou furam na cara dura mesmo; outros que "aproveitam" para atravessar o sinal fechado quando não visualizam outros veículos, uma falta segurança; qualquer que seja a situação, o condutor está expondo ele mesmo e terceiros ao risco. É brincar com fogo.

O artigo 208 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) é o que trata dessa infração: "Avançar o sinal vermelho do semáforo ou de parada obrigatória é infração gravíssima com penalidade de multa no valor de R$293,47". O valor pode ser considerado baixo para a parcela da população que tem pelo menos um carro. E, por ser uma punição gravíssima, atualmente quem comete apenas uma penalidade desse nível por ano só perde o direito de dirigir ao atingir 30 pontos. Se cometer mais de uma, cai para 20. 

É tarefa árdua conseguir justificar um avanço de sinal vermelho. O trânsito só é saudável quando todos os que o integram têm consciência de seus papéis e das regras, que existem para ser cumpridas, sem exceções.

É tão comum ver motoristas, motociclistas e ciclistas cometendo a infração que parece não existir penalização; faltam mecanismos mais efetivos de flagrantes, além de uma maior presença de autoridades de trânsito nas ruas. As guardas municipais foram criadas para cumprir esse papel organizador e fiscalizador do trânsito. Por mais que não seja possível a sua onipresença, é um direito do contribuinte a cobrança de que estejam mais presentes. Uma presença que vai fazer o motorista pensar duas vezes antes de furar um sinal.

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