Balas perdidas: não estamos mais protegidos nem em um quarto de hospital

Apesar do modo de fazer repetitivo - com traficantes, facções rivais, tiroteio, bala perdida - é repetida também a percepção de que o Estado ainda não conseguiu impor a ordem nesse cenário desordenado e altamente letal

Publicado em 25/06/2023 às 19h38
Região de Jaburu e Gurigica, em Vitória
Crédito: Carlos Alberto Silva

O terror instalado na madrugada deste domingo (25) entre moradores da região de Gurigica e bairros vizinhos de Vitória ganhou ares para além do absurdo num novo tiroteio promovido por traficantes. A certeza de uma família de que seu parente estaria protegido dentro de um ambiente hospitalar foi destruída com a morte dele, por bala perdida, enquanto era mantido num leito havia dois anos sob cuidados paliativos.

A violência que se apresentou escancara um modus operandi que só muda de endereço. Aliás, já dissemos isso aqui em outro dia de desassossego entre moradores da Grande Vitória. Apesar do modo de fazer repetitivo - com traficantes, facções rivais, tiroteio, bala perdida - é repetida também a percepção de que o Estado ainda não conseguiu impor a ordem nesse cenário desordenado e altamente letal. Isso sem mencionar os efeitos psicológicos do estado de alerta entre as pessoas, do medo e, sem exagero, do pavor.

A população precisa de respostas efetivas de combate a essa violência abrupta, avassaladora e que destrói o presente de muita gente, impede o futuro e marca um passado trágico para o resto da vida entre quem sofre as consequências da morte de um familiar nessas circunstâncias de barbárie.

Enquanto sociedade, precisamos participar todos nós da solução desse problema. Cabe ao povo cobrar de seus representantes no legislativo, no executivo, as autoridades do judiciário, um movimento unido para enfrentar essa tragédia de todos os dias de modo verdadeiro e duro, usando a lei e mudando a lei quando for necessário. O povo não está aguentando mais passar por isso.

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