Barragem do Rio Jucu começa a sair do papel para combater as secas que virão

Não há contestação de que, com as alterações climáticas, vamos enfrentar muitos períodos de estiagem. São ações preventivas como a construção de barragens que reduzirão os impactos para a população

Publicado em 21/08/2024 às 01h00
Seca
Seca reduz volume de água e forma "ilhas" de areia no Rio Doce em Linhares. Crédito: Jota Júnior

A foto acima é do Rio Doce, em Linhares,  assoreado após meses de estiagem. No dia 12 de agosto, o nível do rio estava em 50cm, sendo que na semana anterior a situação era ainda mais crítica, com 37cm. Na ocasião, o governo estadual informou que ainda não havia risco de desabastecimento. Um mês antes, no dia 16 de julho, já havia sido decretada "situação de atenção à seca" em todo o Espírito Santo.

Uma situação que tem se repetido nos últimos anos e, por isso, reforça que as ações preventivas deixaram de ser uma opção. Assim como planos de contingência para as chuvas se tornaram uma prioridade, é preciso também se preparar para a escassez delas. 

O início das obras da Barragem dos Imigrantes, entre os municípios de Viana e Domingos Martins, é portanto uma notícia bastante aguardada. É o reservatório que vai guardar 23 bilhões de litros de água do Rio Jucu para que, em períodos críticos, possam garantir o abastecimento de municípios da Grande Vitória por até seis meses. Um investimento de R$ 264,5 milhões, com prazo de entrega em agosto de 2026.

Uma obra anunciada em 2018, na esteira do programa de construção de barragens iniciado em função da crise hídrica que assolou o Espírito Santo de 2015 a 2017. As desapropriações foram um dos entraves que atrasaram a construção, o que já foi solucionado, segundo o presidente da Cesan, Munir Abud. Portanto, tudo conspira para que as obras fiquem dentro do cronograma. A urgência para tanto nem carece de justificativas.

O novo sistema vai quase dobrar a capacidade de armazenamento de água para a Região Metropolitana. A Barragem de Rio Bonito, que fica entre Santa Leopoldina e Santa Maria de Jetibá, reserva até 27 bilhões de litros.

Nenhum governo tem a capacidade de prever quando eventos climáticos extremos terão início, a racionalidade na gestão está na contingência. A barragem do Jucu é muito esperada, porque segue a lógica simples do "quem guarda tem". Um investimento que vai garantir algum nível de segurança hídrica quando a população mais precisar.

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