Daqui a pouco mais de um mês, em 15 de julho, serão dois anos desde o anúncio da devolução da concessão da BR 101 pela EcoRodovias. Um tempo no qual a maior rodovia federal a cortar o Espírito Santo, com seus 478,7 quilômetros de norte a sul, ficou em compasso de espera por uma solução que viabilizasse a continuidade da mais importante obra de infraestrutura em curso no Estado, a duplicação da via.
Mesmo que, desde o início da concessão, em 2013, apenas pouco mais de 60 quilômetros da BR 101 (12,9%) tenham sido duplicados até a desistência, em 2022, e que desde então alguns trechos que já estavam sendo executados não tenham sido paralisados, é impossível não ter a sensação de tempo perdido. Foram dois anos de impasse, com uma renegociação demorada, mas que, de acordo com notícia publicada pela coluna de Abdo Filho nesta sexta-feira (31), está perto do fim.
De acordo com informações do vice-governador do Espírito Santo, Ricardo Ferraço, responsável por acompanhar o caso por parte do governo estadual, "estamos na cara do gol". Agência Nacional dos Transportes Terrestres (ANTT), Tribunal de Contas da União e Eco101, segundo ele, teriam entrado em acordo sobre o futuro do importante eixo logístico capixaba, com expectativa de martelo batido nos próximos 60 dias. A ver.
Tão importante quanto os termos do que será efetivado para a BR 101 é a segurança jurídica desse novo acordo, com prazos que sejam cumpridos rigorosamente pela concessionária — sabe-se que a duplicação será reduzida, com terceiras faixas nos trechos não licenciados, o que é triste diante da segurança e do conforto que uma rodovia duplicada pode garantir ao usuário, mas ao mesmo tempo é essa solução legal que vai destravar a obra.
E, de acordo com Ferraço, os contornos de Fundão, Ibiraçu e Linhares estão dentro da nova proposta. Uma boa notícia.
Em 60 dias, muita água pode rolar. E espera-se que, ao fim desse prazo, ele não se transforme em mais 60 dias, sem definições. Quase dois anos depois, o impasse precisa acabar. O modo de espera no qual a BR 101 foi colocada em julho de 2022 cria uma sensação muito ruim em quem passa pelas praças de pedágio e deixa ali o seu dinheiro.
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