É óbvio que ninguém quer testemunhar mais um fracasso na longa novela da duplicação da BR 262, principalmente por conta de propostas mal elaboradas ou contratos problemáticos. Por isso, diante da informação de que o governo federal colocou a rodovia na lista das que pretende conceder em 2025 com um novo modelo de contrato, considerado mais enxuto, as expectativas são boas. Mas sempre ficam algumas ressalvas.
Em outubro, ficou acertado que o acordo de Mariana para reparação dos prejuízos causados pelo rompimento da Barragem da Samarco, em 2015, vai destinar R$ 2,3 bilhões para as obras na BR 262. O que não deixa de ser uma contrapartida à tragédia ambiental, diante de todas as ações emergenciais e medidas posteriores de socorro à população, além dos próprios prejuízos causados ao poder público capixaba.
A questão é que, diante dessa nova proposta de concessão, duas alternativas estão sendo avaliadas em Brasília. Uma delas é o Dnit executar as obras e a concessionária operar a manutenção da rodovia ao longo do tempo. A outra é o governo federal financiar a obra, a ser realizada pelo vencedor do leilão. A origem dos recursos da obra, portanto, não muda.
Mas o secretário executivo do Ministério dos Transportes, George Santoro, informou à Gazeta que, se ficar decidida a execução pelo Dnit, as intervenções viárias já poderão ter início no primeiro semestre de 2025, já a segunda opção demandará mais tempo por causa de especificidades do leilão.
Apesar dessa vantagem de cronograma, não dá para saber qual das duas possibilidades é a melhor sem estudo e planejamento. Tanto um contrato quanto um projeto executivo de uma obra grandiosa como essa precisam estar bem cercados, para evitar problemas futuros na própria concessão. Mas também é preciso destacar que, neste novo episódio da BR 262, o dinheiro, pelo menos em tese, está garantido.
Portanto, o que se espera é celeridade, o que não diz respeito a decisões apressadas, mas sim baseadas no que é melhor para a BR 262 e, consequentemente, para o Espírito Santo. A rodovia não pode ser escanteada, o que se espera é que se escolha o caminho menos sinuoso para a sua modernização, aguardada há tanto tempo.
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