BR 262: dinheiro de acordo de Mariana vai ser novo impulso para a rodovia

A destinação de R$ 2,3 bilhões para a modernização da BR 262 não deixa de ser uma contrapartida, diante de todas as ações emergenciais e medidas posteriores de socorro à população, além dos próprios prejuízos causados ao poder público capixaba

Publicado em 23/10/2024 às 01h00
Rodovia
BR 262. Crédito: Divulgação/ Defesa Civil

BR 262 serpenteia o território de Minas Gerais até chegar ao Espírito Santo, onde segue seu traçado até Cariacica. Distante dela, o Rio Doce nasce no estado vizinho e o atravessa até se encontrar com o mar em Regência. Dois fluxos distintos que conectam os dois estados (até se cruzam rapidamente no município mineiro de São Domingos da Prata, para depois seguirem seus rumos).

Essa é uma imagem que pode ajudar a justificar por que uma parte do dinheiro do acordo pela reparação dos danos causados pelo rompimento das barragens de Mariana (MG), em novembro de 2015, vai ser destinada à BR 262. Mais especificamente R$ 2,3 bilhões.

No total, pelo acordo que deve ser assinado ainda nesta semana, Vale, BHP e Samarco devem pagar quase R$ 170 bilhões (R$ 100 bilhões em novos recursos além dos R$ 68 bilhões que já foram pagos ou têm destinação definida). É esse montante que vai ser destinado, por exemplo, ao pagamento de indenizações à população e à recuperação ambiental, as prioridades incontestáveis após a tragédia que está prestes a completar nove anos.

A destinação de R$ 2,3 bilhões para a modernização da BR 262 não deixa de ser uma contrapartida, diante de todas as ações emergenciais e medidas posteriores de socorro à população, além dos próprios prejuízos causados ao poder público capixaba. E, afinal, não deixa de ser trágico que vidas continuem sendo perdidas em uma rodovia que espera há tempo demais por mais segurança. O foco, contudo, continua sendo a Bacia do Rio Doce.

Com esse dinheiro, vislumbra-se enfim uma saída para a BR 262. Após duas tentativas de concessão frustradas, em 2013 e 2022, por conta do elevado custo das intervenções viárias, o projeto de duplicação da rodovia foi incluído no Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC) do governo federal no ano passado. O projeto executivo será entregue em julho do ano que vem pelo Dnit.

É por isso que esse dinheiro do acordo destinado à BR 262 vai para o governo federal, mas será "carimbado" para a obra. A modelagem do seu uso, contudo, ainda será discutida.

A modernização da BR 262 é uma demanda que se arrasta desde a última década, causando frustração a quem espera encontrar uma rodovia mais segura para as pessoas e mais competitiva para a logística e o turismo no Espírito Santo. O governo estadual se mobilizou para garantir esses recursos, com direcionamento a um projeto de suma importância para o desenvolvimento local. 

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