O Espírito Santo teve duas vitórias recentes quando se fala de obras de infraestrutura.
O acordo de Mariana, assinado na sexta-feira (25), vai direcionar parte dos recursos destinados às vítimas e à reparação da degradação ambiental e econômica da tragédia que se abateu sobre o Rio Doce — precisamente R$ 2,3 bilhões — para modernizar a BR 262, uma demanda aguardada há tempo demais para o desenvolvimento do Espírito Santo. Tanto tempo que essa obra estrurante faz parte da chamada "agenda velha" do Espírito Santo, citada na semana passada em coluna de Abdo Filho.
Outro projeto da tal agenda é a própria BR 101, que teve a repactuação do contrato aprovada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) no mês passado. A duplicação não será mais total, o que é uma quebra de expectativas. Mas desde o início da concessão, em 2014, as obras se arrastaram, diante principalmente dos impasses burocráticos no trecho norte, mas não só por isso. Com o acordo, a expectativa é de que as obras, que agora incluem terceiras faixas e contornos de perímetros urbanos, deslanchem. O tempo está passando...
Certamente esses são os eixos que gozam de mais popularidade e expectativa, como aquela que cercou a decolagem do novo Aeroporto de Vitória, que conseguiu sair da agenda velha em 2018. Dá lugar agora aos desafios dos aeroportos regionais, em Linhares e Cachoeiro.
Correndo por fora do debate público, mas encarados com a devida seriedade pelo setor produtivo e pelo governo estadual, está a ampliação da malha ferroviária. Inclusive com a reivindicação de investimentos que vão beneficiar o Espírito Santo fora de seu território, como o contorno da Serra do Tigre, em Minas. A expansão dos portos também é "agenda velha", com novidades programadas (Imetame e Porto Central), e alguns avanços logísticos principalmente no que diz respeito à diversificação. E vale lembrar que, com a concessão do Porto de Vitória, o Estado tem a primeira autoridade portuária privada do país.
Em sua coluna deste domingo (27) neste jornal, Léo de Castro abordou a urgência de continuar avançando com essas agendas, justamente para encarar os desafios que estão a caminho. "O momento é decisivo garantir o futuro de nosso desenvolvimento econômico num cenário pós-reforma tributária. Nossas lideranças políticas e empresariais têm estado atentas a esse desafio. Não podemos perder o timing desse momento único em nossa história econômica", escreveu.
A superação desses gargalos históricos está sendo desenhada, as vitórias devem ser comemoradas, mas sem descanso. As duas rodovias federais acabam sendo mais emblemáticas, afinal a população também faz uso delas e quer mais segurança para ir e vir. Mas há todo um conjunto de obras de infraestrutura, que acabam se conectando e dependendo umas das outras, para alavancar o desenvolvimento e começar a dar novos horizontes ao Estado. É encerrando esse ciclo que teremos fôlego para uma agenda novinha em folha.
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