Após duas tentativas de leilões da BR 262 frustradas em menos de dez anos, algo ganhou relevo: a constatação de que os altos investimentos necessários para a duplicação são os maiores obstáculos para essa obra considerada prioritária para a infraestrutura capixaba.
Simplesmente, não houve interessados na concessão da rodovia, pois os desafios de engenharia necessários para a modernização significam necessariamente mais dinheiro. Muito dinheiro.
Após a obra ter sido incluída no ano passado no novo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC), o governo federal se comprometeu a empenhar recursos para a execução, sem desistir de uma futura concessão. A Superintendência do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) no Espírito Santo está realizando estudos, dentro de um projeto de engenharia com detalhamento inédito, que aponta que a melhor solução é a construção de uma nova rodovia entre Viana e Marechal Floriano.
Ou seja, a BR 262 ganharia um novo traçado. De acordo com o superintendente regional do Dnit, Romeu Scheibe Neto, em entrevista à rádio CBN Vitória, essa nova via teria cerca de 23 quilômetros, com o projeto prevendo pontes e viadutos similares aos da Rodovia dos Imigrantes, em São Paulo. O que seria uma evolução inegável em termos de engenharia, considerando a cadeia montanhosa da região. E o novo traçado ainda deve encurtar a rodovia em 4 quilômetros.
O estudo também validou que de Marechal Floriano até a divisa com Minas Gerais a duplicação deve acontecer no mesmo traçado atual da BR 262.
Não está nada fechado, o levantamento realizado no Espírito Santo ainda está sendo avaliado em Brasília. Mas, diante do que foi apresentado, seria o melhor dos mundos. Um trecho novo da rodovia, mais moderno, com todas as "obras de arte" que podem garantir mais segurança ao trajeto. O superintendente afirmou que há expectativa de que o Dnit faça essa parte da obra, com recursos federais, mas não se descarta a iniciativa privada.
A BR 262 já desandou tantas vezes, que para melhorar o tráfego minimamente já chegou-se a considerar a instalação de terceiras faixas nos pontos mais críticos, descartando a duplicação de ponta a ponta. O que seria aceitar muito pouco. Essas propostas do Dnit, no outro extremo, são mais arrojadas e, consequentemente, ainda mais caras. Mas é o mínimo que se espera quando se fala em modernização de infraestrutura. Se são viáveis, é uma resposta que só teremos nos próximos capítulos.
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