Enquanto funcionários do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), em parceria com a prefeitura de Venda Nova do Imigrante e a Defesa Civil Municipal, dão início às intervenções de segurança no km 100 da BR 262 para evitar deslizamentos de rochas, o anúncio da inclusão do projeto de duplicação da rodovia no Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC) do governo federal é a promessa mais recente de tirar as pedras que insistem há dez anos em permanecer no caminho da modernização da via.
O governador Renato Casagrande, em entrevista ao Bom Dia ES, da TV Gazeta, explicou que a viabilização das obras se dará por meio de uma "concessão patrocinada", com o governo federal liberando recursos para atrair as empresas.
A concessão das obras à iniciativa privada teve seu primeiro fiasco no leilão de 2013, no governo Dilma, quando não houve interessados. No ano passado, no governo Bolsonaro, a rodovia foi excluída do edital de concessão em conjunto com a BR 381, em Minas Gerais. O alto custo da intervenção viária, diante das características geográficas e geológicas da região, afastou os empresários. Os recursos, viabilizados pelo PAC, serão públicos, com a esperança de que a manutenção e a conservação da via, no futuro, tenham gestão privada
Mas o PAC, como reforçou o próprio governador na entrevista, não é garantia de que as obras sairão do papel. O Espírito Santo, por meio de suas autoridades políticas, deve manter suas reivindicações no radar de Brasília, para que essa importante obra de infraestrutura não passe por mais um fiasco. Historicamente, o Estado brasileiro já deu demonstrações suficientes de incapacidade de conduzir grandes projetos, em muitos casos por incompetência gerencial.
Conexão do Espírito Santo com Minas Gerais, os 180,6 quilômetros da BR 262 precisam ser mais seguros para seus usuários. Inaugurada há mais de 50 anos, seu traçado ultrapassado e não suporta o tráfego de veículos e cargas atual. As melhorias são imprescindíveis para tornar a infraestrutura capixaba mais competitiva, sobretudo diante do futuro incerto com a reforma tributária.
Após tantas curvas, chegou-se a um ponto que, com recursos públicos ou privados, o que importa é que a BR 262 seja modernizada. Não há tempo a perder com novas pedras no caminho.
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