2021 já está batendo à porta, e por mais que 2020 esteja mostrando a força do imponderável, com a crise sanitária que pegou o mundo de surpresa, este ano emblemático também reforçou que quase toda tragédia pode ser amenizada quando encontra em seu caminho uma gestão mais organizada, tanto financeiramente quanto na forma ágil de guiar políticas públicas.
Os países que desde o início da pandemia conseguiram respostas mais eficientes contra a Covid-19 provam isso. Até mesmo o Espírito Santo se enquadra nessa categoria, ao reunir saúde fiscal e eficiência da gestão pública na hora de encarar tamanha adversidade. É a redução de danos, perfeitamente possível quando se governa com planejamento fiscal e estratégia.
Por tudo isso, é o momento de olhar para 2021 com bastante zelo, não no sentido do cuidado paralisante, mas da ação. O governo Bolsonaro, na metade de seu mandato, terá o compromisso de consolidar uma agenda econômica que seja finalmente exequível.
Se 2019 foi o ano da reforma da Previdência, um êxito mais atribuído ao Congresso do que ao Planalto, o hiato de 2020 vai exigir total empenho político em 2021 para embarcar em um rumo mais próspero. Mas, antes de tudo, é necessário começar a encadear as prioridades, não somente para mobilizar as articulações políticas cabíveis, mas para envolver a sociedade nesse processo.
2021 será um ano útil, para os parâmetros brasileiros, sem um processo eleitoral para concorrer em motivação com as reformas que pararam na fila. Também verá emergir novas lideranças parlamentares, e o Executivo federal precisa ser capaz de engajá-las para viabilizar as pautas que são fundamentais para construir um ambiente propício ao crescimento sustentado do país.
As reformas administrativa e tributária permanecem em aberto, o governo precisa ser mais assertivo, definir suas prioridades e defender essa agenda. O mesmo cabe para o encaminhamento das privatizações: o terceiro ano de mandato de Bolsonaro deve interromper o discurso das meras intenções e começar a concretizá-las.
Os planos para o Brasil na área econômica, engatilhados na agenda de Paulo Guedes desde a eleição de 2018, precisam começar a sair do papel. As eleições municipais se resolvem já neste mês de novembro, e o governo federal já deve começar a se comunicar com a sociedade e o mercado. Colocar a agenda econômica destrinchada, em destaque, e começar a trabalhá-la. Há muito a ser feito, o país precisa voar mais alto, de forma estável, sem voos de galinha. É preciso dar condições para o Estado brasileiro caber dentro do país.
Um direcionamento efetivo, com prioridades destacadas e transparentes, é mais do que uma carta de intenções. É um compromisso que faz crescer a confiabilidade e a previsibilidade de um governo. Fortalece, assim, a relação com mercado, empresariado e trabalhadores, criando um horizonte de credibilidade.
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O Brasil precisa dar uma guinada, afastando-se de qualquer flerte com o populismo fiscal. Ao enumerar propostas e encaminhamentos para tornar o Estado mais eficiente, em sua máquina ou em suas normas tributárias, o governo afasta essas sombras do descontrole de gastos e da burocracia. 2021 precisa começar com esse compromisso e se desenrolar com resultados.
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