Toda a riqueza produzida no Brasil, o Produto Interno Bruto (PIB) registrou crescimento de 1,4% no segundo trimestre deste ano em comparação ao primeiro trimestre. As expectativas eram de um crescimento de 0,9%. Na comparação com o segundo trimestre de 2023, o PIB cresceu 3,3%.
Um resultado que é uma descarga de otimismo, ainda mais acompanhado dos dados do IBGE que mostram que a taxa de desemprego no trimestre encerrado em julho, de 6,8%, foi a menor registrada para o período desde o início da série histórica, em 2012. O que se relaciona com o bom desempenho do setor de serviços e do consumo das famílias no PIB.
São resultados que precisam ser comemorados, mas com sabedoria. O Brasil precisa continuar cumprindo os compromissos estruturais para consolidar esse crescimento e deixar definitivamente para trás os tempos dos voos de galinha.
Para especialistas, é possível que os avanços registrados atualmente estejam na conta das reformas implementadas a partir de meados da última década, como a trabalhista e da Previdência. Sem falar nos ajustes implementados para melhorar o ambiente de negócios, como os marcos regulatórios mais recentes. E a reforma tributária em breve deve começar a mostrar resultados, aumentando a competitividade.
O que vai se refletir também na taxa de investimentos, que no segundo trimestre ficou em 16,8% do PIB. Um resultado também surpreendente, mas ainda aquém, dependendo de toda essa organização estrutural para ser mais sólido. E a cartilha não muda: para ser atraente aos investimentos, o país precisa estar com suas contas públicas organizadas. Uma reforma administrativa que promova um gasto mais eficiente ainda é ansiosamente aguardada.
Para melhorar a produtividade, não há caminho que não passe pela educação. A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) divulgou relatório que mostra que a despesa anual média por aluno no ensino fundamental no Brasil (US$ 3.668) é um terço da dos países desenvolvidos (US$ 11.914). No Brasil, as carências de capital humano atrasam o crescimento sustentado.
O Brasil, mesmo que em passos lentos, vem arrumando a casa. Precisa ser mais ágil e consciente dessa agenda estruturante, porque os resultados são garantidos, como mostraram os números do PIB.
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