2021 foi o ano da vacina. Assim, no singular, mesmo que imunizantes de diversos fabricantes tenham feito parte do "cardápio". Aliás, a sanha de escolher a vacina como em um restaurante quando ainda havia escassez foi um dos pontos negativos deste ano em que a vacinação deu início à esperada revanche contra o coronavírus e suas variantes. Mas, percalços à parte (e não foram poucos), o saldo tem sido positivo.
A Ômicron, a variante que começou a circular mais recentemente, parece estar encontrando nas vacinas o seu maior obstáculo: é mais transmissível e tem feito o mundo bater recordes diários no número de novos casos. No Espírito Santo, segundo o secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes, a Ômicron deve se tornar dominante nas próximas semanas.
A variante também contamina os vacinados com duas doses, mas sem provocar necessidade de internação na maioria dos casos. Com a terceira dose, torna-se ainda mais frágil. E ainda não teve impacto no crescimento de mortes (e nem terá!).
2021 foi o ano da vacina no mundo. E o Brasil fez bonito. Melhor, o brasileiro fez bonito. A adesão aos chamados, a batalha na internet para os efetuar os agendamentos e garantir uma vaga. O Brasil não está totalmente imune ao negacionismo que cresce no planeta, mas está vacinado contra ele. Nem mesmo com um presidente que se recusa a vacinar (mas coloca em sigilo de cem anos o seu cartão de vacinação), o brasileiro recusou a vacina.
Em todo o território nacional, 75% receberam a primeira dose, 67% estão com o esquema vacinal completo e quase 12% já garantiram a dose de reforço. O próximo êxito será o início da vacinação das crianças de 5 a 11 anos, o que deve ocorrer já em janeiro no Espírito Santo, apesar da resistência do próprio ministro da Saúde, em nome de um presidente que já avisou que não vai vacinar a própria filha.
2022 deverá ser um ano no qual a vacina ainda será protagonista, com a possível necessidade de novas doses de reforço. Epidemiologistas indicam que a vacina contra a Covid-19 deve acabar entrando no calendário anual, como tantos outros imunizantes. O impacto cultural de um país que tradicionalmente se engaja em campanhas de vacinação, com um programa que é referência mundial, deve continuar mobilizando o brasileiro a se vacinar. É assim que a pandemia pode passar a ter um caráter endêmico, com a população protegida para poder conviver com a doença.
2022 também será ano de eleição. Os resultados da vacinação mostram que a polarização não se refletiu no compromisso com a saúde pública, com uma adesão que foi bem superior aos 50% da população. As teorias conspiratórias circulam pelo país, tentam criar um falso antagonismo entre vida e liberdade, quando há um interesse comum que deve ser supremo em uma democracia. O brasileiro é maior que governos. E nas urnas têm a mesma capacidade de fazer a diferença que teve ao receber, com orgulho, a vacina no braço.
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