Briga de rua coloca policiais militares do lado oposto da lei e da ordem

O que levou a esse flagrante de violência envolvendo dois militares que deveriam ser exemplos de conduta é uma resposta que a sociedade exige

Publicado em 06/06/2023 às 01h00
PM
Confusão aconteceu do lado de fora de uma boate na Praia do Canto. Crédito: Leitor | A Gazeta

As cenas lamentáveis de um major da PM espancando e ameaçando um soldado na saída de uma boate na Praia do Canto, em Vitória, são mais um episódio envolvendo a corporação a causar perplexidade pelo uso descabido e excessivo de violência. 

Recentemente,  a brutalidade desmedida causou duas mortes bárbaras, também flagradas pelas câmeras. Em abril, o momento em que um soldado matou um vizinho em um condomínio de Jardim Camburi foi registrado pelo videomonitoramento do local. Em março, outro  vídeo causou comoção ao mostrar  um adolescente que já estava rendido sendo morto à queima-roupa por um policial militar em Pedro Canário. Apenas nesse último caso o policial estava em serviço.

No episódio deste fim de semana, os dois agentes da lei envolvidos na briga dão versões distintas sobre o ocorrido. A confusão que teria começado na boate ganhou materialidade nos socos e ameaças proferidos pelo major registrados em vídeo por uma testemunha. Nas imagens, o soldado está imobilizado, enquanto é espancado. O que levou a esse flagrante de violência entre dois militares que deveriam ser exemplos de conduta é uma resposta que a sociedade exige. 

O secretário afirmou que o major e o soldado devem ser afastados das funções durante a investigação do caso. É o mínimo que se espera, pois agentes sob suspeição são um risco à sociedade. A Polícia Civil autuou o major por lesão corporal, ameaça, desobediência e desacato a funcionário público.

Um estudo encomendado pela Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) e realizado em parceria com a Ufes envolveu integrantes de todas as polícias  e agentes das guardas e apontou que, entre os policiais militares ouvidos, 85%  têm estresse.

Não pode ser uma justificativa para as explosões de violência como a do incidente deste fim de semana, ocorrido fora do ambiente de trabalho, mas é um indício de que algo não está bem. É fato que as autoridades precisam cuidar daqueles que estão incumbidos de cuidar da sociedade. Mas, independente de qualquer coisa, quem tem condutas inadequadas deve ser responsabilizado, ainda mais quando essa pessoa escolheu a carreira militar, tão importante para a manutenção da lei e da ordem.

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