É nos municípios que a vida acontece, e com ela todos os desafios coletivos. As eleições municipais tratam justamente desse âmbito mais próximo da vida em sociedade, no qual as entregas nas áreas essenciais, como saúde, educação, segurança e infraestrutura urbana, precisam acontecer, repetidamente. E vale acrescentar também a esfera ambiental como prioridade, diante dos desafios crescentes das mudanças climáticas.
Mas os próximos prefeitos deverão estar preparados para o pior. Como já foi dito aqui mesmo, meses atrás, a previsão é de aperto financeiro, sobretudo a partir de 2026, deixando para trás a conjuntura favorável dos últimos anos. Os candidatos às prefeituras dos 78 municípios capixabas precisam estar cientes dessas perspectivas adversas, para conseguirem cumprir seus compromissos dentro desse novo cenário.
O que a população quer é mais eficiência. Não necessariamente os municípios que mais arrecadam são os que mais conseguem investir em obras e serviços que melhoram a qualidade de vida, sobretudo quando têm que arcar com uma máquina pública inchada. Em muitas cidades, a atividade econômica chega a ser inócua, com as administrações municipais sendo a principal empregadora. Um desafio brasileiro, desde que a Constituição permitiu a criação de mais de mil novos municípios, é manter as cidades financeiramente sustentáveis.
O Brasil tem atualmente 5.568 municípios. Segundo a Folha de S.Paulo, mais de 80% das despesas de três quartos deles vêm de transferências da União ou dos estados.
A eficiência de uma administração municipal, portanto, parte da equalização dos recursos disponíveis, encaminhados para dar respostas concretas às necessidades da população. É evidente que, para tanto, são necessários recursos humanos, mas o funcionalismo precisa ser adequado às essas demandas. Outro ponto nevrálgico de eficiência é a transparência da gestão. O cidadão precisa ter acesso, fácil e claro, a como o dinheiro pago por seus impostos está sendo aplicado no município.
Os desafios dos munícipios capixabas continuam sendo a geração de receitas próprias, com mais diversificação e dinamismo econômico, além de eficiência tributária. O eleitor deve sempre estar atento às propostas que podem, de fato, transformar a realidade das cidades.
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